Minha mudança traumática de Durban para morar na Cidade do México.
A África do Sul, para mim e para minha família, era um país perfeito. Durban é uma cidade pequena, de praia, com sol o ano inteiro, gente sorridente, atividades ao ar livre, nenhum trânsito, ar puríssimo, natureza por todos os lados, macaquinhos e antílopes invadindo nossa casa… Vivíamos no Paraíso e estávamos muito felizes!
Receber a confirmação de que o próximo país seria o México foi assustador. As notícias são sempre sobre sequestros, assassinatos, narcotráfico, violência, insegurança, terremotos e poluição. Além do caos de uma metrópole com 21 milhões de habitantes e o pior trânsito do mundo. E, já para começar, não havia vagas para as minhas 3 filhas na mesma escola.
Tudo bem! Respira e lembra que o sucesso da mudança (e a felicidade geral da família) depende de você!
Antes de mudar conversei com várias expatriadas que moravam ou tinham morado na Cidade do México. As respostas foram todas iguais e surpreendentes: – O México é o melhor lugar do mundo, você vai amar… Não vai querer ir embora nunca mais!
Leia também: Cidade do México: inferno ou paraíso?
De fato, o México é um dos países com maior número de localizações no mundo. Ou seja, expatriados que no final de seus contratos decidem continuar aqui, definitivamente, com empregos locais, ou até mesmo sem emprego! Sim! O número de famílias que, mesmo sem renovação de contrato decidem ficar aqui e recomeçar a vida do zero, em vez de voltarem aos seus países, é enorme!
Tudo começou bem, com a documentação e emissão de vistos. Pela primeira vez, nossa mudança não foi adiada por atraso no visto, meu marido não teve que mudar antes do resto da família e não tivemos milhões de pedidos de novos documentos. Escolhe o dia e vai! Inacreditável, mas foi assim mesmo.
A segunda boa surpresa foi a emissão da carta de motorista. Meia hora. Não precisei nem apresentar a minha carta do Brasil!
Bom, né? Só que não! Nesses pequenos detalhes, ainda que você não perceba, estão os motivos do caos do país. A partir daí já percebi que o país do ”jeitinho” na verdade é o México. E tentava, inutilmente, entender onde estava toda a magia que encantava todos os expatriados que viviam aqui. Definitivamente eu estava perdendo alguma coisa, mas não conseguia saber o que era.
A decisão mais importante numa cidade tão grande é escolher onde morar. Você tem que minimizar as distâncias (principalmente casa-escola e casa-trabalho) para diminuir ao máximo as horas no trânsito e, é claro, priorizar a segurança. Muita pesquisa, vários corretores e, estranhamente, nenhuma casa com ar condicionado, mas todas com aquecedor. Sim! Faz um frio do caramba aqui!
Fora o frio, totalmente inesperado, nas primeiras semanas a família toda teve diarreias horríveis e experiências desagradáveis com as comidas e principalmente com a falta de higiene na preparação dos alimentos.
Tudo bem! Respira e lembra que a felicidade depende das suas decisões…
Acabamos nos mudando para um bairro afastado do centro, bem ao norte da cidade, em um dos condomínios mais seguros do México. E, antes mesmo de completarmos um mês neste local tão exclusivo e protegido, minha casa foi roubada. Não vou entrar em detalhes, pois o assunto do roubo é material para outro texto. Mas tenho que dizer que pior do que ter TODAS as minhas joias e dinheiro roubado, foi enfrentar a polícia mexicana. Sofremos tentativas de extorsão horríveis, com ameaças assustadoras, do tipo: “a gente sabe onde suas filhas estudam”. Até que a empresa do meu marido colocou um advogado
para acompanhar as investigações que, obviamente, não deram em nada.
Calma, respira (mas agora com muita dificuldade) e finge que está tudo bem, pela felicidade da sua família.
Minha filha do meio ficou super traumatizada com o roubo, não conseguia dormir, tinha ataques de pânico, dor de estômago e mil problemas que até hoje precisam de acompanhamento psicológico.
Um mês depois, minha filha mais velha foi atacada por um cachorro do condomínio. Sangue, desespero, correria, 50 minutos para chegar ao hospital… Um horror! E, enquanto isso, minha filha mais nova sofria um bullying horrível na escola. Horrível mesmo, a ponto de até as outras mães irem na escola pra falar sobre isso, indignadas com o que os próprios filhos contavam. Cheguei a pensar em deixar ela sem estudar até aparecer vaga em outra escola!
Nessas alturas, já estava difícil ficar calma, sorrir, respirar.
E então, fui na primeira reunião com o diretor da escola da filha mais velha, um senhor inglês que mora no México há mais de 20 anos. O discurso dele deveria vir junto com os contratos de expatriação de todas as empresas do mundo. Não conseguiria reproduzir com precisão, mas vai aqui a base da mensagem:
“Então, VOCÊS decidiram mudar para o México, muito bem! O México é um país ótimo… para fazer turismo! Eu poderia fazer uma lista de horrores sobre a Cidade do México e vocês terão infinitos motivos para se estressar, reclamar e até para se arrependerem de terem mudado para cá, mas meu ponto é: Quem aceitou vir morar no México foram VOCÊS e não seus filhos! Eles estão aqui acreditando que vocês sabem o que é melhor para eles, porque confiam em vocês. E eles não tiveram outra opção, vocês sim. Então, lembrem-se disso quando saírem daqui. Lembrem-se disso a cada vez que tiverem vontade de xingar alguém no trânsito, criticar um mexicano, falar mal da cidade. Que mensagem você está transmitindo?
Como estas crianças vão entender que VOCÊ trouxe elas para morar num lugar horrível e perigoso, que você odeia? Lembrem-se disso antes de falar na frente das crianças que a cidade é suja, que a polícia é corrupta, que o país anterior era muito melhor. A felicidade dos seus filhos depende da postura que você vai ter com esta cidade. A aceitação deles e a forma que vão encarar os desafios por aqui, serão baseadas nos seus comentários e nas suas reações. E, se você não conseguir enxergar e valorizar algo de bom nesta cidade,
toda a sua família será infeliz…”
Saí da reunião com vergonha de mim mesma. Sim, eu estava odiando esta cidade, mas minhas filhas estavam aqui por minha causa e, pior, confiavam em mim e nas minhas decisões. Acreditavam que eu só faria o melhor para elas, que eu as protegeria e jamais as colocaria em risco ou as levaria para um lugar onde não pudéssemos viver bem e felizes.
Leia também: 10 motivos para morar no México
Tive que tomar muito vinho para afogar minhas desilusões, mas finalmente parei de falar mal e de ver as coisas pelo lado ruim. Aprendi que as palavras têm um impacto e um poder de transformação enorme e que o jogo do contente pode realmente mudar sua vida.
Não estou no melhor lugar do mundo, mas tenho a melhor família e a ferramenta mais poderosa para encontrar a felicidade: minhas próprias mãos! E, se nelas está também a felicidade das minhas filhas, é assim que vou viver… Um dia de cada vez, engolindo as
críticas, driblando os problemas que a vida traz e brincando de ser feliz!
Já estamos aqui há dois anos e meio, ainda não descobri por que todo mundo ama este lugar, mas sigo tentando… E estamos todos bem!
25 Comments
Roberta,
Mais uma vez adorei o texto!Parabens, muito sensato e verdadeiro. Em um texto meu, de criancas multiculturais falo exatamente disso, da impressao e da seguranca que nos, como pais, devemos ter ou aparentar termos, pelo menos. Ate o momento, a Maria Antonia esta achando que o Mexico sera como aquele domingo que passamos juntas: diversao e alegria. Tomara!!!
Oi Rê, tenho certeza de que Maria Antonia vai ser muito feliz aqui…Os churrascos com alegria e diversão estão garantidos! Beijos
A franqueza brutal do seu texto me fez ficar apaixonada por ele! Parabéns ! Pela coragem, pela permanência e pelas escolhas!
Muito brigada Juliane! É importante aprender a driblar as barreiras da vida…e no fim, ser feliz é uma opção! Beijos
Senti algo ruim lendo seu texto. Sinto muito pela sua má exeriência mas acho um erro atribuir isso ao país e não a sua sorte (ou falta dela).
Classifica-lo como pesadelo ou inferno é injusto. Se não te faz feliz, se não se encaixa no SEU MODO de vida somos livres né? Invista numa mudança.
Fiquei um pouco decepcionada pois era uma grande entusiasta dos seus textos. Ter má experiência faz parte mas, esse rótulo pessoal que vc criou não. Aliás no NORTE não consigo identificar nada ultra seguro e que te de essa tranquilidade, fiquei confusa.
Que vc se livre desse “pesadelo” rápido. Felizmente sou uma dessas pessoas citadas que moram aqui há 5 anos e sempre fui muito bem recebida. E tenho parametro de comparação viu, pra não deixar suspeitas!
Seja feliz, mas repense ao rotular lugares ????
Oi Melissa, obrigada por seu comentário.
Este relato, assim como minhas opiniões, são realmente baseados em minha experiência. Também tenho parâmetros de comparação. Conheço muito bem, e morei em várias cidades do mundo e por isto falo do México com tranquilidade.
Neste texto especificamente relatei os fatos como eles são, principalmente pois sorte e azar são conceitos muito abstratos (por exemplo, todo mundo acha que eu tive sorte no roubo da minha casa, pois ninguém tomou tiro ou foi sequestrado, o que para mim, é uma grande ironia!)
Tenho certeza de que você, que vive há tanto tempo aqui, deve conhecer a Zona Esmeralda e os condomínios de Vallescondido, onde eu moro, ao lado de clubes de golf e de tênis, de haras, de milionários, criadores de cavalo, e vários narcotraficantes. É uma realidade, e não um rótulo.
Tudo o que aconteceu na minha chegada, poderia ter acontecido em qualquer lugar do mundo. Mas aconteceu comigo, aqui no México, o país onde eu moro e sobre o qual eu escrevo no BPM.
Não escrevo para agradar ou desagradar ninguém. Infelizmente, os rótulos que o México carrega não fui eu quem coloquei. A insegurança, o trânsito, a poluição, o machismo exagerado, a polícia criminosa, a corrupção, a influência do tráfico e uma lista sem fim de problemas, serão abordados em todos os meus textos, com muita sinceridade, pois para mim este trabalho de colunista é muito sério. Como eu disse em meu texto, sei que muita gente adora morar aqui e fico feliz de saber que este é seu caso, mas não posso enfeitar a realidade ou faltar com a verdade. E a verdade, para quem está dentro ou fora da bolha é uma só, e é triste.
Um beijo,
Roberta
Gostei muito do seu texto e em nenhum momento achei que você rotulou o Mexico. É muito interessante saber sua experiência boa e ruim.
Muitas vezes as pessoas só nos mostram o lado bom de morar em outro pais. Quanto mais sincero o relato, mais enriquecedor e esclarecedor é. Sou casada com americano e ele teve experiências similares com a sua.
Oi Gisele,
As vezes a gente sofre e até se expõe pois não é fácil relatar uma realidade que não seja um conto de fadas. De qualquer forma é gratificante receber comentários como o seu! Muito obrigada! Sigo encontrando coisas e boas e ruins pelo mundo…e tento falar de todas com a mesma sinceridade. Um beijo pra você.
Oi Roberta, li sobre sua experiência de morar no México. Confesso que fiquei um pouco assustada. Meu marido está com uma proposta (quase uma imposição) de trabalho e se aceitar teremos que morar no México por uns 2 anos. Tenho uma filha adolescente, completando 16 anos agora em Maio. Ela é um pouco tímida e fechada…
Minha maior preocupação é com a violência, apesar de morar em São Paulo e saber que aqui também não é seguro. Também me preocupo com a adaptação da minha filha na escola/país (tenho medo dela sofrer Bulling e de não conseguir fazer amigos).
Pensei em morar na região de Polanco onde li que é um lugar mais seguro pra se viver, mas não sei se tem boas escolas de Ensino Médio por ali.
Você teria algum conselho, dica, palavra amiga…..rsss, algo que se alguém tivesse te dito, teria te ajudado…aquele ah!!!! se eu soubesse antes…..
Obrigada pelo seu relato,
Um beijo,
Vera
Oi Vera, desculpe a demora na resposta. Desculpe também a falta de alguns acentos…meu computador è complicado! Bom, em primeiro lugar voce tem que saber que todo mundo que eu conheco AMA morar aqui! Portanto, nao se assuste com meus comentarios…
Polanco è realmente o melhor lugar para se morar e è bem seguro, de verdade! Voce podera fazer tudo a pe, os melhores restaurantes estao por la, lojas legais…tudo de bom! (Voce pode comparar Polanco com os Jardins, as lojas da Oscar Freire, etc). Interlomas e Santa Fe tambem sao bairros que os expatriados gostam muito. (Veja onde seu marido vai trabalhar, por causa do transito, que è mil vezes pior que o de SP!) Mas, eu, se pudesse escolheria iria pra Polanco de olhos fechados!
Quanto à escola, provavelmente voce busca uma escola internacional, certo? Sua filha fala ingles? A melhor opcao è a Greengates e ela podera ir com o onibus da escola, que de Polanco leva no maximo 30, 40 minutos. O bullying aqui è forte…mas as escolas tem um controle super rigido e numa escola internacional sua filha estara entre jovens passando por experiências parecidas de mudanca, adaptacao, etc. (sugiro que vc comece a ver as escolas rapidamente pois as vagas sao disputadas quase no tapa).
A inseguranca è sempre uma grande preocupacao, mas passo menos medo aqui do que passava em SP. (falarei sobre isto no meu texto que sai em maio). Nao tenho medo de ser assaltada no farol, mas por exemplo, roubos em casa, por funcionarios do lar, sao super comuns, a policia è super corrupta…entao è mais uma questao de ficar esperta! No geral a qualidade de vida è muito boa (dentro da bolha, claro).
Eu tambem tenho uma filha de 16 e sei bem como è. Acho que no final è uma experiencia muito valida. Se voce vai ficar so dois anos, fique atenta para a validacao dos estudos por aqui, para ela poder entrar na faculdade no Brasil, se esta for a opcao dela.
Outra coisa boa è que a comunidade de brasileiras por aqui è gigante! Voce vai ter muita ajuda e fazer otimas amigas! Pode me escrever quando quiser e me avise caso precise de qualquer outra coisa! Boa sorte e um beijo, Roberta
Texto sem pé nem cabeça,discurso fútil saiu da África do Sul,país do apartheid e onde só foi bem tratada por ser branca e rica e vai para o México achando que trocou o céu pelo inferno!Só na sua cabeça a Africa do Sul é o paraíso e o México o inferno,visão totalmente preconceituosa, enviesada e subjetiva.
Olá Isaac, como deixei claro no meu texto, desde o título, escrevi sobre a minha experiência.
Tirei minhas filhas de um país onde elas brincavam descalças, na rua, com amigas zulus, indianas, afrikaners e de todas as cores e credos e as trouxe para um lugar onde não as deixavam subir no escorregador pois vieram da África, então eram negras, pois na África só tem negros! (Mas não vou falar de racismo, ou ignorância…são só fatos!)
Eu não sei se você tem filhos mas, se você acha que morar em um país onde a própria polícia ameaça sequestrar suas filhas não é um inferno, talvez quem tenha um pensamento enviesado seja você.
Tiroteio na casa do vizinho, execução de manhã no supermercado da esquina, gente pendurada pelo pescoço na praça onde as crianças brincam, sequestros e assassinatos horríveis foram coisas que eu presenciei aqui no México, e não na África. (Onde está a futilidade deste discurso??)
Se tivesse que escrever sobre a África do Sul, com certeza meu texto seria muito triste, pois a realidade do país é miserável e o México não fica atrás, com índices igualmente desoladores. Mas, como já disse, este texto foi sobre minha mudança e não sobre a situação de cada país. E a verdade é que foi sim uma mudança traumática, sem nenhum preconceito ou viés, apenas a realidade.
Perdão se me manifestei de forma que desrespeitou seu sofrimento em terras mexicanas.Este país é um lugar de muito trânsito de pessoas,cerca de 40 milhões de turistas estrangeiros receberam em 2017,quase dez vezes mais que o Brasil no mesmo lapso de tempo.De todos relatos que já tive conhecimento,o seu é o mais escabroso,muita gente não gosta do país é verdade,mas seus relatos estão num outro patamar.Conheço a Melissa Lima que comentou acima através do blog dela que eu adoro e tenho a mesma visão dela,desejo prezada Roberta Mellis que este inferno em terras aztecas termine para ti,quem sabe através de uma mudança para um lugar melhor.O fato é que o turismo internacional no México é o que mais cresce no mundo,digo isso longe do rotular um lugar como céu ou inferno.
Isaac, meu texto não é sobre turismo. Aliás, acho que o México, em matéria de turismo é um pais maravilhoso. Mas ninguém pode negar a realidade. Você, em sua primeira mensagem me chamou entre outras coisas de fútil e preconceituosa. Acho que ser fútil é fechar os olhos para o que acontece aqui. Um país onde a maioria da população é miserável, com uma das maiores taxas de pobreza infantil da América Latina, onde jornalistas seguem sendo executados, estudantes seguem desaparecidos e desaparecendo, onde os traficantes vivem impunes em mansões protegidas pela própria polícia, onde, apenas neste ano, por exemplo, mais de sessenta candidatos às eleições foram assassinados. Sigo sendo repetitiva, já falei isto em outros textos, mas números como o primeiro em gravidez adolescente e o último em segurança e educação, para mim, são alarmantes. Como eu já disse, não estamos falando de turismo. E, se tivesse que escrever sobre o Brasil ou África, minhas críticas teriam a mesma contundência. Talvez para você, que vive na bolha isto não incomode. Eu, mesmo vivendo na bolha, não consigo fechar os olhos para nada disto. Já estou aqui há três anos, vejo muita coisa boa neste país e poderia viver aqui minha vida toda. Mas, não sou como você e a Melissa e não deixaria de falar sobre o que está além da vida com regalias, que o resto da população não tem. Aliás, acho que podemos encerrar esta troca de mensagens, pois obviamente temos pontos de vista e prioridades muito diferentes.
Voce conhece meu trabalho? Acompanha meu Blog? Pode falar difícil aí e usando da sua experiencia vivendo em trilhoes de lugares, mas nao me rotule e me julgue sem me conhecer. Sem saber da minha história.
Voce por acaso veio pra ca pra viver em colonia pobre? Ou tambem faz parte de vida com regalias? SEJA COERENTE e nao cite meu nome sem me conhecer.
Oi Melissa, não entendi esta sua mensagem…mas, de verdade acho que temos que colocar um fim nesta questão. Quem está me atacando é Isaac, e foi ele quem citou seu nome várias vezes. Eu admiro seu trabalho e assim como você, escrevo sobre o que eu vi e vivi no Mexico. O país tem coisas maravilhosas, mas tem vários problemas e um povo que sofre e para o qual não podemos fechar os olhos. Eu respondi sua primeira mensagem há tempos e de verdade não acho que seja necessário uma troca de mensagens assim pelo simples fato de eu ter dado um depoimento sincero sobre minha chegada ao Mexico.
Todos sabem que o México é um país em situação mediana,não um pais miserável,possui um IDH ajustado à desigualdade de 0,587 enquanto o Brasil 0,561 e a África do Sul 0,435.Por outro lado a violência no México saltou a partir da intervenção militar e guerra aos traficantes de drogas comandada pelo presidente Calderon,saltaram de uma taxa de 8 homicidios por 100 mil antes do governo dele para mais de 16,9 no ano de 2017.O governo Temer atualmente no Brasil está começando a copiar esta iniciativa no estado do Rio,já estamos numa estatística de 28,5 assassinatos por 100 mil em 2017,agora copiando a intervenção das forças armadas que o mexicanos já aplicaram com resultados terríveis nem sei onde iremos chegar.O fato é que os Estados Unidos defenderam essa política de guerra no mundo inteiro,apesar de representarem o maior mercado consumidor de entorpecentes!Justamente por isso o candidato que promete mudar essa política de segurança e reduzir a influência americana no país,Lopez Obrador,está disparado à frente na disputa presidencial.Só reafirmo que em vista das coisas que os norte americanos fazem pelo mundo,não aceito chamarem o povo brasileiro ou mexicano de mais corruptos que os gringos.
Issac, neste ponto concordo inteiramente com você. Acho que EUA é o câncer do mundo. Mas de forma alguma fico ofendida quando falam da pobreza, violência ou corrupção do Brasil. Fico triste, mas é uma realidade que não podemos negar.
Sou de Minas Gerais e tenho esse costume dos mineiros de tentar sempre dialogar,creio que neste caso conseguimos chegar a um bom termo!
Acho interessante como ninguem pode expressar sua opiniao pessoal mais, sem ser agredida. O relato e a experiencia e a visao de uma pessoa, que se fosse eu no lugar dela, estaria me sentindo e me expressando da mesma maneira. O fato de outros terem e se sentirem diferentes a respeito, e, extamente isto, a opiniao deles. Facil falar por que esta ai ainda? Sabemos as circunstancias da pessoa? Por que por sermos expats ou imigrantes temos que so falar bem dos lugares?
Se nao formos criticos do mundo em que vivemos, nada muda. E, tem tanto que precisa mudar em todo o mundo, so Deus sabe.
Oi Vera, é isso ai! Obrigada por sua mensagem. O importante é sermos realistas. Não adianta tapar o sol com a peneira. Todo lugar tem coisas boas e ruins. Eu falo, com sinceridade, de todas elas. Quando tenho algo a elogiar, o faço com muito prazer. Mas não posso esconder a realidade… Um beijo pra você.
Olá Roberta,
bom dia
Poderia me ajudar com uma duvida?
Estou emitindo meu visto para trabalhar no mexico. Vou levar minha esposa e estamos buscando emitir o seu visto de acompanhante. Voce sabe se este visto dá direito a ela trabalhar por lá?
Obrigado
Pedro
Olá Pedro,
A Roberta Mellis parou de colaborar conosco, mas temos outra colunista no México chamada Ana Paula Almeida que tave possa te ajudar.
Você pode entrar em contato com ela deixando um comentário em um dos textos publicados mais recentemente no site.
Obrigada,
Edição BPM
Nossa eu sou mexicana morei muitos anos na cidade do mexico. Em aqueles anos eu estudei na universidade, não tenhia muito dinheiro, morei em lugares muito perigosos de gente pouvre e você viveu todas as coisas ruins que eu passei no México em toda a minha vida só em poucos meses, eu sinto muito por você e por essa experiência ruim no meu país. Neste momento estou a procura de experiências estrangeiras porque estou muito cansado de viver na França e em geral na Europa, sei que parece muito contraditório mas acho que tive mais qualidade de vida no México, é assim que chegei a seu comentário, se conhecer mais estrangeiros morando no México eu adoraria saber sua opinião, é uma decisão muito difícil mudar seu país ou mesmo voltar para o seu próprio país. E eu já vivi em 4 países europeus, gostei muito do Portugal, estou na verdade entre Portugal ou voltar ao México mais ainda não sei. Tenho um ano para fazer a escolha!!
Oi Jessie, olha, tenho muitas amigas da Europa que amam morar no Mexico! Inclusive uma amiga francesa que não quer voltar pra Europa nunca mais! Nestes anos vivendo em vários países e continentes diferentes também aprendi que qualidade de vida é um conceito muito pessoal e muito amplo… O que percebi é que vivendo no Mexico você se acostuma com algumas “mordomias” que na Europa não existem. Mesmo com uma renda baixa você tem acesso a serviços e mão de obra barata. Em compensação a saúde, a educação e a segurança deixam muito a desejar e são exclusividade de uma pequena parte privilegiada da população. Acho que voltar ao seu país é sempre um sonho bom pois é onde estão suas raízes e talvez uma parte de sua família, o que já facilita muito a decisão. Mas também acho que depois de morar na Europa adaptar-se ao Mexico pode ser difícil, principalmente pois, como no Brasil, as coisas não funcionam bem, as regras não são respeitadas e todos os índices de corrupção, violência e pobreza são altíssimos. Eu não escrevo mais sobre o Mexico pois me mudei para a Holanda, mas sinta-se a vontade para perguntar o que quiser. Seu país é lindo e tem muita coisa boa, muita mesmo. Eu, sinceramente acho que também depende muito da época de vida que você está…Com filhas pequenas e adolescentes acho que a vida na Holanda é um sonho. Elas vão sozinhas de bicicleta para a escola, podem usar tranquilamente o transporte público e tem uma independência, uma liberdade e uma segurança que jamais teriam no Mexico. Todo país tem coisas boas e ruins e acho que você tem que fazer uma lista das suas prioridades para facilitar a decisão. No meu caso ter motorista, jardineiro, babá, cozinheira, shopping centers abertos 24 horas, casa grande, carro próprio etc… não venceram o fato de dar liberdade e segurança para a minha família. Moro numa casa pequena, ando de ônibus ou de bicicleta, lavo, limpo, passo e cozinho, sou obrigada a usar um sistema de saúde muito diferente do que estamos acostumados, talvez pague mais impostos, tenho mil regras para seguir e respeitar ou pago multas altas, mas vivo mais tranquila e mais feliz. Se precisar de qualquer coisa, pode falar. Espero que possa te ajudar!