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    Home»Camboja»Dentre os muros no Camboja
    Camboja

    Dentre os muros no Camboja

    Carolina MonziBy Carolina MonziJune 4, 2016Updated:October 29, 20171 Comment5 Mins Read
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    Alguns anos atrás eu costumava dizer a quem me pedisse dicas de viagens que, se tiver a possibilidade de realizar uma viagem internacional em toda a sua vida, que escolhesse Paris! O motivo? Ora, Paris respira arte, os mais célebres pintores, escritores, músicos, compositores e teatrólogos da história tiveram suas carreiras fortificadas dentre os pilares da Cidade Luz! Paris transborda sedução e romantismo, lar de todos os tipos de viajantes desde os casais apaixonados, procurando a viagem dos sonhos, passando pelos artistas procurando seus museus, arquiteturas e histórias fabulosas, chegando até os mochileiros mais exóticos, querendo se perder dentre sua agitada vida noturna.

    Porém, esse discurso se desconstruiu assim que coloquei meu pés em um pequeno país do Sudeste Asiático, que meus amigos e familiares nem sequer sabiam da existência antes que eu me aventurasse por suas fronteiras. O Camboja é um país budista, fronteiriço com Tailândia, Laos e Vietnã, possui templos que deixam qualquer turista babando e um litoral com praias que competem com as tailandesas.

    Há apenas 41 anos, em 1975, a Guerra do Vietnã estendeu-se até o país, dando origem ao Khmer Vermelho que fez do Camboja palco de um dos genocídios mais cruéis da história da humanidade, perdendo em número de mortes apenas para o Genocídio Ucraniano e o Holocausto Nazista. Os comunistas aniquilaram todos que fossem contra o seu tipo de governo, Campos de Extermínio para a “reeducação” da população foram construídos dentro de escolas (que ainda podem ser visitadas), quem não morresse fuzilado dentro destes, tinha de trabalhar até a exaustão e morte. O pesadelo durou 4 anos e estima-se que 2 milhões de pessoas, cerca de 25% da população da época, foram brutalmente assassinadas. É o mais famoso autogenocídio da história, pois o mais triste de tudo, é que os próprios Cambojanos estavam matando Cambojanos.

    O cenário atual é mais alegre, apesar de ainda ser um país muito pobre, a nação devastada pela guerra tem visto um rápido crescimento, apresentando um dos melhores desenvolvimentos econômicos da Ásia. O Camboja abriga uma região denominada Angkor nos arredores de Siem Reap. Nesta são encontradas ruínas e gigantescos complexos de templos. Dentre os Templos Angkor está o majestoso templo hindu-budista Angkor Wat, o maior templo religioso do mundo. Devido a procura crescente que a região recebe por viajantes de todo o mundo, o turismo atraiu investimento estrangeiro, estimulando assim, o comércio internacional.

    Porém, esta realidade possui sombras misteriosas, o Camboja esconde um perigoso e devastador segredo por detrás de seus muros. Alguém aí já ouviu falar do grande “Mercado Negro” de orfanatos, crianças e voluntários? Não? Pois bem, eu também não fazia ideia antes de pisar em solo Cambojano.

    Devido a recente data que o genocídio fez suas vítimas e a situação precária do país no pós-guerra, muitas crianças são órfãs de algum dos pais ou de ambos. As que não são, trabalham muitas horas de seu dia para poder ajudar na renda familiar. Muitos orfanatos foram construídos na tentativa de abrigá-las e dar a estas uma vida mais digna e de melhor qualidade. Fato este que atraiu voluntários de todo o mundo que procuravam fazer de suas viagens uma experiência mais altruísta.

    A teoria é maravilhosa, ir ao orfanato, passar o dia ajudando e brincando com crianças em situações precárias, ajudando a tornar seu dia mais divertido. Porém, a prática é outra, quando diversos turistas de todas as partes do globo investem dinheiro em agências e vão realizar trabalhos voluntários em orfanatos nestes países pobres, cria-se um mercado bastante lucrativo para estas empresas mas, principalmente para orfanatos que recebem doações cada vez que um voluntário estrangeiro os procura. Logo, este mercado tem um produto a ser comercializado, esse produto são as crianças.

    Conversando com o pessoal do Hostel que me hospedei, em Siem Reap, fui informada que alguns orfanatos, agências ou instituições começaram até mesmo a criar órfãos, colocando crianças dentro de suas dependências durante o dia, para “inglês ver”, e devolvendo-as aos pais posteriormente. Pais estes que, na maioria das vezes, também eram enganados, acreditando que seus filhos estariam recebendo melhores cuidados dos quais poderiam arcar.

    Muitas crianças, realmente órfãs, também são abandonadas nestes orfanatos quando seus pais vêm à óbito antes mesmos de qualquer outra medida ser implantada. Como estudante de Psicologia, aprendi que os orfanatos ou abrigos devem sempre ser a última opção para crianças nestas situações. Outras medidas preventivas devem ser incorporadas como adoção por outro membro da família ou adoção por família substituta.

    Outro fator preocupante, até mesmo nos orfanatos e instituições sérias que realizam um trabalho de qualidade, é o impacto que esse tipo de trabalho produz na vidas dessas crianças. O trabalho voluntário em outro país, apesar de lindo é passageiro. Depois da partida do voluntário, a criança permanecerá e crescerá ali e muitos outros voluntários virão e irão novamente. Também como estudante de Psicologia, aprendi que as desordens ou transtornos que podem ser causados por esses laços, rápidos e rasos, podem dificultar a formação de vínculos mais profundos no futuro.

    Logo, minha dica para quem quer realizar um trabalho sério, efetivo e de qualidade no Camboja, é: pesquise MUITO sobre as instituições, jogue no Google, converse com quem já foi e faça MUITAS perguntas a estas. Não deixe que sua experiência se transforme em um pesadelo para seres inocentes, vítimas de sua própria condição quando você partir.

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    Carolina Monzi
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    Carol é caiçara de Ubatuba. Se formou em Turismo, Artes Cênicas e agora cursa Psicologia, apesar de saber que sua vocação mesmo é viajar! Domina 3 idiomas e já morou na Espanha, onde fez sua primeira faculdade e na Índia, onde trabalhou voluntariamente com crianças e adolescentes em situações precárias. Já mochilou duas vezes pela Europa, pela América do Sul e pelo Sudeste Asiático. É autora do blog “Carpe Trinus” (Aproveite a Viagem), onde relata suas experiências ao redor do mundo. Também é Coach de Viagem e Realização de Sonhos, ajudando aspirantes a mochileiros a realizarem seus grandes sonhos. Atualmente reside em São Paulo, mas a próxima parada é na África.

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    1 Comment

    1. Ana Almeida on June 4, 2016 9:11 pm

      Amei a reportagem, porém fiquei triste pela realidade que vocês retratou!

      Reply

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