No último texto discutimos a necessidade de criar uma rotina e hoje, como complemento deste texto, vou contar um pouquinho sobre como funciona o ensino superior no Panamá.
Além de escolher o curso, o segundo (talvez, o primeiro) passo mais importante é conhecer a lista dos documentos necessários para nele inscrever-se. Abaixo vou listar alguns documentos fundamentais para esse processo (lista de documentos completa pela Universidad de Panamá):
- Certificado do ensino médio e histórico escolar
Normalmente será necessário apresentar o certificado do ensino médio juntamente com o seu histórico escolar. No histórico escolar é importante que haja menção à carga horária como também aos créditos de cada matéria realizada. Isso será necessário para fazer uma validação local dos créditos e do diploma. Esse documento deverá ser apostilado e traduzido para o espanhol (geralmente não pedem documentos juramentados, mas seria bom verificar).
- Validação dos documentos anteriores
Após o apostilamento e tradução dos documentos, será necessário encaminhá-los ao Ministério da Educação para que sejam revalidados. Essa revalidação pode demorar cerca de um mês, isso vai depender do volume de trabalho que eles tenham.
- Passaporte ou carnê da imigração
Aqui vale utilizar o que você tenha em mãos, mas saiba que para os cursos será necessário apresentar posteriormente seu carnê de imigração para mostrar o status migratório atual.
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Com a documentação organizada você já terá tudo pronto para dar entrada no curso para o qual gostaria de se candidatar. Não são processos caros, mas é importante saber que sempre muda. Agora é somente escolher entre universidades privadas e públicas que podem oferecer o curso de interesse.
As universidades públicas da Cidade do Panamá são: Universidad de Panamá (UP), Universidad Especializada de las Américas (UDELAS) y Universidad Tecnológica de Panamá (UTP). Alguns cursos têm custos adjacentes (matrícula e provas) e de modo geral as instalações e equipamentos são como nas universidades brasileiras, ou seja, estão mais desgastados, nem tudo cheira a novo, mas com certeza é de boa qualidade. O corpo docente é bem completo e geralmente são pessoas especializadas em outros países o que gera informação de qualidade.
Para quem tem interesse de optar por um curso em uma universidade particular, temos aqui várias opções de faculdades: Quality Leardership University Panamá – University of Louisville, Universidad del Istmo (UIDI), Universidad Intaremicana de Panamá (UIP), Universidad Latina de Panamá (ULAT), Universidad Panamericana (UPANA), Universidad Americana (UAM), Universidad Politécnica de Centroamérica etc.
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Existem muitas outras universidades que eu não listei acima que também podem ser excelentes opções. As universidades particulares panamenhas têm bons equipamentos e instalações, bem como o corpo docente é o mesmo que trabalha na universidade pública, ou seja, o conhecimento adquirido é o mesmo. Os custos dos cursos podem variar de 200,00 USD a 2.000,00 USD dependendo do curso e universidade escolhida.
Algumas das universidades tanto públicas quanto privadas possuem convênios com outras universidades, tanto no Brasil quanto exterior (EUA, Japão, Colômbia etc) o que realmente traz novas possibilidades para quem espera fazer um semestre fora do Panamá e quer ter experiência em outra universidade. Até mesmo existe a possibilidade de quem está no Brasil pedir bolsa para estudar aqui ou vice-versa.
É muito importante ter em mente o que você vai estudar, existem excelentes cursos na área de humanas e exatas (comércio exterior, comunicação, física, matemática etc.) na área da saúde eu ainda sinto que eles estão em um processo de início a investigação clínica e produção de conhecimento.
Como tenho mais contatos na área biológica, eu consigo visualizar que há grandes oportunidades nascendo por aqui, pois é uma área que apesar de ter muitos profissionais ainda existe uma lacuna na parte de investigação clínica, ou seja, o que acontece no Panamá ainda está longe da produção de um país como o Brasil. Claro que por ainda ter esse campo aberto podemos ver por um lado positivo e pensar que tudo que plantarmos poderá crescer ainda mais, realmente um solo fértil esperando por profissionais que querem fazer a diferença.
Independente do curso ou da universidade que você escolher, tenha em mente algo: estudar é como no Brasil e outros lugares do mundo. Quem faz a maior diferença no ensino é o aluno, um aluno interessado e que gosta de pensar vai encontrar o mundo de portas abertas e aí, sim, conseguir fazer a diferença que tanto gostaria fazer.
Desta vez mais que sorte, eu desejo a você muito foco e objetividade na sua procura.