Entrevista: Capricho de Menina no Chile.
A mulherada brasileira que mora fora e gosta de cuidar das unhas vai entender perfeitamente essa tensão que é encontrar uma manicure que faça o trabalho como a gente gosta, com a qualidade de atendimento que queremos e preço que podemos pagar. Muitas aprendem a fazer as próprias unhas e outras decidem seguir a cultura local e ficar só na troca de esmalte semanal, sem cutícula e sem desenho mesmo.
Com os grupos das redes sociais, a comunicação foi aumentando gradualmente e hoje em dia é mais fácil encontrar produtos e serviços oferecidos por compatriotas ao estilo brasileiro. Foi assim que conheci a fundadora do Capricho de Menina e seu trabalho detalhista e refinado de nail design. Vamos conhecer um pouco mais sobre ela nesta entrevista.
Há quanto tempo vive fora do Brasil? Porque decidiu sair do país e vir para o Chile?
Já faz 11 anos que moro em Santiago. Vim pra cá com 14 anos e quando me dei conta, já tinha minhas raízes aqui e decidi ficar de vez.
Qual sua profissão e porque decidiu fazer manicure e pedicure em Santiago?
Estudei Design Crossmedia aqui no Chile porque sempre gostei dessa área de inovação e criação. Em relação à minha atual profissão, na verdade pra mim sempre foi quase que uma brincadeira. Quando tinha 11 anos, ainda no Brasil, eu pegava escondida os esmaltes da minha mãe, um palito de dente e ficava desenhando florzinha na minha unha. Aí ela decidiu me dar um curso de presente. Quando vi que nas redes sociais sempre apareciam mulheres perguntado dados de manicuristas estilo brasileiro, resolvi unir o útil ao agradável e comecei a fazer minha divulgação.
Qual a diferença entre o “estilo chileno” e o brasileiro de fazer unha?
Na verdade, no começo eu nem sabia que tinha diferença, porque como sempre fiz a minha própria unha nunca precisei ir ao salão com essa finalidade. Só fui perceber quando li algumas críticas em comentários nas comunidades de brasileiras no Chile. Foi então que descobri que aqui não se tira a cutícula, por exemplo. E que são poucas as que se arriscavam no Nail Art, com desenhos diferentes em cada unha, por exemplo.
Quais as maiores dificuldades em relação aos produtos usados aqui no Chile?
O primeiro problema é que é muito difícil achar um lugar que afie os alicates de maneira apropriada. Eu acabo dependendo das amigas que viajam para o Brasil para mandar afiá-los e sempre tenho que comprar um novo a cada certo tempo para não deixar as minhas clientes literalmente na mão. No começo também era bem difícil achar esmaltes de qualidade porque mesmo os de marca brasileira eram feitos na Argentina e não tinham o mesmo acabamento final ou duravam menos na unha. Hoje em dia eu uso produtos trazidos diretamente do Brasil, alguns esmaltes americanos, russos e outros importados.
Porque decidiu não trabalhar somente em um lugar fixo?
Porque as necessidades de minhas clientes são muito variadas. Hoje em dia atendo em lugares fixo no Centro, em Ñuñoa e Vitacura e ainda vou a domicílio em alguns casos. Assim organizo melhor meus horários e as clientes ficam mais à vontade.
O que mais sente falta do Brasil?
Como vim novinha e sou de São Lourenço D’Oeste, uma cidade pequena de Santa Catarina, já nem lembro direito a diferença entre o Chile e o Brasil. Lembro, sim, que Santiago pra mim era uma cidade enorme e cheia de movimento, em comparação de onde vim. Hoje em dia também tem muitos produtos brasileiros nas prateleiras dos supermercados, então fica mais fácil matar a saudade. Mas ainda gostaria de beber um suco Tang, achar um feijão mais macio, comer polenta em tudo que é lugar…
Quando foi a última vez que viajou ao Brasil? Gostaria de voltar para lá algum dia?
Já faz 3 anos que não volto a meu país. Eu gosto de Santiago, me acostumei bem, como estudei aqui, tenho muitas amigas do colégio, da faculdade… Acho que minhas raízes já estão por aqui.
2 Comments
Bouaaaaa, qual seria o valor do e mão no Chile. Qual a diferença entre peso e real?
Monique, em média pé e mao podem sair até uns 15 mil pesos. O real hoje em dia está em torno de 180 mil pesos.