Um dia me peguei pensando sobre as vantagens de se aprender idiomas, talvez um pensamento meio óbvio para quem trabalha na área como eu. Porém, dessa vez, os pensamentos foram por um caminho diferente porque surgiram enquanto eu assistia a alguns vídeos de um nômade digital que andava pelo mundo. Eu, divagando – popularmente dito como “viajando”- , dividi a humanidade em duas partes: pessoas que já falam alguma língua estrangeira e as que não falam.
Pessoas que falam uma língua estrangeira
Lembrei que sempre digo aos meus alunos e meus amigos o quanto é importante aprender idiomas. Aí me questionei: se sei de todas essas vantagens e ainda me meto a dar conselhos, porque eu não estou tirando vantagem dos três idiomas que falo? Trabalho não conta porque é minha fonte de renda. Falo de sair da caixinha, realmente “ganhar” algo mais na vida, ir além do que foi planejado até o momento, utilizá-los para outros fins, tais como:
Viajar – Conhecer mais pessoas de fora, o que acarreta conhecimento de mundo. Conhecimento de mundo, acarreta relacionar-se com o ser humano,”viver” a vida.
Escrever em outros idiomas – blog, grupos em redes sociais, etc.
Vislumbrando esses caminhos, resolvi falar a respeito dessa chispa que poderia permitir que outras pessoas que lessem meu texto também pudessem fazer mais planos baseados em uma grande ferramenta da qual elas, provavelmente, pouco uso fazem.
Se pensa em viajar, também pode pensar em morar fora, por pouco ou muito tempo. Pode morar em vários países ou definitivamente em um da sua preferência ou por forças das circuntâncias. Tendo como referência essa última opção – viver fora, parto para a outra parte da humanidade e dou continuidade a partir de onde eu estava.
Pessoas que não falam uma língua estrangeira
Não estou afirmando que você SÓ pode sair do Brasil se souber o idioma do lugar para onde você está indo. Pode ser que seu objetivo seja somente acompanhar seu esposo em uma transferência de trabalho por um curto tempo ou você mesma vá a trabalho e tenha que conviver somente com brasileiros na empresa ou qualquer outra circunstância que não te exija um novo idioma, enfim…
Mas, venhamos e convenhamos, saber o idioma local facilitaria sua vida, né? Deixemos a hipocrisia de lado. Sendo bem especifica com relação à língua, e indo ainda mais longe na reflexão, temos que aceitar que o inglês é a língua exigida no mundo. Queiramos ou não, gostemos ou não, é a ferramenta de comunicação universal e não podemos mudar esse fato. Se você tem um bom conhecimento dela, pode se jogar em qualquer lugar fora da América Latina.
Se você for para um país cujo idioma nativo é o espanhol, beleza! Ops! Beleza até um certo ponto! Bora parar com essa estória que espanhol é igual ao português. É parecido, fato que, obviamente, facilita a sua adaptação. Por outro lado, cuidado! Essa justificativa pode ser uma bela desculpa esfarrapada que sustenta a sua zona de conforto. Vai querer arranjar emprego falando portunhol?
Se você vai para um país cuja língua mãe é o inglês, já complica um pouco. Ainda não totalmente porque você aprendeu umas palavrinhas na escola e é exposto o tempo todo a algum vocabulário no Brasil. No entanto, você vai precisar dele só pra pedir comida numa lanchonete ou restaurante? Vai passar a vida apontando com o dedo e fazendo mímica?
Não há nada ruim que não possa piorar, não é mesmo? E se você for a um país cuja língua nativa não seja o inglês, faz o quê? Até aprendê-la, inglês é o mínimo que você precisa levar de conhecimento, concordam?
É incontestável! Quem quiser ter experiências fora do Brasil, seja com passeios rápidos, para morar, trabalhar ou para explorar outros continentes, vai ter muito mais sucesso e vai poder se entregar muito mais se for fluente em pelo menos uma língua estrangeira.
REPITO, claro que você pode viajar sem saber outro idioma. O que quero ajudá-lo a entender é que toda a experiência será infinitamente melhor se você falar o idioma, que isso só lhe trará vantagens e mais vantagens.
“É muito fácil pra você vir aqui dizer que todo mundo tem que aprender idiomas”, você deve estar pensando, “mas estudar com que dinheiro se os cursos são caros?”
Algum tempo atrás, estudar qualquer coisa era privilégio de pessoas que tinham um certo poder aquisitivo. Pagar uma escola particular para educar um filho já era caro, imagine pagar um curso extra. Hoje em dia, o fator financeiro não é mais uma forte barreira como antes. Existem muitas alternativas para aqueles que realmente querem aprender. Nossos computadores e celulares são tremendos aliados para que possamos atingir essa meta.
Contamos com:
-Aplicativos de celular que oferecem cursos gratuitos e contato com pessoas de outros países.
-Vídeos no YouTube com aulas e dicas.
-O mesmo tipo de recursos que o YouTube oferece já é oferecido no Instagram através do instastories e vídeos ao vivo, bem como no Facebook.
-Páginas Web e blogues: Muitos professores que tem canais no YouTube, Instagram e Facebook, também disponibilizam atividades pedagógicas nos seus blogs, como eu.
-Páginas Web para baixar livros para leitura e materiais didáticos.
-Grupos de todo o mundo nas redes sociais com quem se pode interagir e praticar o idioma.
Se você puder conciliar essas ferramentas com aulas presenciais, claro que é melhor! Não vou dizer que as opções dadas anteriormente vão resolver 100% a questão do aprendizado de uma língua. O que quero deixar claro é que, não fazer um curso em uma escola ou com professor particular não vai te tornar um analfabeto no idioma: você pode, sim, recorrer a outras alternativas.
“E tempo para estudar?”, você está me perguntando…
Sabe aqueles minutos, para não dizer horas, que a gente – me incluo – gasta olhando a vida alheia no Facebook e Instagram e falando abobrinha no WhatsApp? Que tal transformar esse tempo ocioso em tempo de aprendizado e produção? Garanto que funciona. Funcionou comigo quando quis aprender mais sobre o mundo digital e retomar meus estudos de italiano, e funciona com milhares de pessoas todos os dias. Vejam que, como acabei de explicar nos parágrafos anteriores, esses “lugares” podem ser ambientes de muito conhecimento, não só de entretenimento.
A gente não sabe o que a vida nos reserva para mais adiante, a gente não sabe o que nossos filhos vão querer ser quando crescerem. Se você tem o mínimo de interesse por alguma língua ou sabe da importância do aprendizado de uma, invista seu tempo e dinheiro enquanto ou quando puder. Isso não é gasto, é investimento. Investir é se entregar a um projeto. Nesse projeto, o foco é estar apto para se aprofundar em diferentes culturas, adquirir conhecimento de mundo.
Se você já fala outro idioma, use-o a seu favor, use-o para VIVER. Se você ainda não fala, corra atrás, pois a vida pode te oferecer alguma experiência que te exija esse conhecimento. E uma vez adquirido o conhecimento, ninguém o tira de nós; é nosso, é para sempre. Quem enriquece e evolui, de uma forma ou de outra, somos nós!
6 Comments
Gislaine, AMEI seu texto! Também sou apaixonada por idiomas e fico super feliz quando encontro pessoas que partilham desse sentimento. Qual o seu blog pessoal?
Não consigo esconder minha paixão quando escrevo , né? E olha que me controlo muito pra não parecer muito piegas kkkkk E ainda insisto em escrever a respeito, embora a maioria das pessoas nem dê muita bola para o tema.
Muito obrigada por comentar, Debora! É uma delícia saber que tem mais gente como eu pelo mundo!
Meu blog é http://www.gislainemorais.cl. Me encontra em todos os outros lugares (face, insta,You tube) como Profe Gislaine Morais. Besitos!
Agora me dei conta que voce ja me achou no face rs 🙂
Adorei o artigo Gislaine! Sou colunista da BPM de Myanmar e meu ultimo artigo publicado falo sobre como é aprender o idioma local. Me considero uma “language freak” hehe… morei por muito tempo na Alemanha onde acabei podendo aprender o básico de alguns outros idiomas simplesmente pelo prazer de aprender (como russo, japones, tailandes, islandes…); aprendi espanhol e sueco morando na Europa, trabalhando e viajando. Acho que não existe um idioma que não valha a pena aprender, porque além da questão da comunicação te proporciona o contato com a cultura do país ou paises falantes desta língua. Caso tenha curiosidade pode dar uma olhada no meu artigo: https://brasileiraspelomundo.com/aprendendo-o-idioma-birmanes-260760700 😉
Beijos!
Muito obrigada pelos sus comentários, Natalie! Sempre digo que língua e cultura andam de mãos dadas, uma não existe sem a outra. Quando as pessoas não veem o tema dessa forma, não conseguem se animar para aprender uma nova língua. Sou verdadeiramente fascinada e muito autodidata por ser muito auditiva. Infelizmente a realidade latina não nos proporciona isso, e, consequentemente, as pessoas acabam tendo uma visão diferente da importância de aprender.
A maravilha que deve ser morar na Europa e ter acesso a tantos idiomas na sua rotina! Quero vivenciar isso próximo ano. Estou planejando alguns meses fora, começar pela Italia. Quero internalizar bem o italiano, língua pela qual sou deslumbrada.
Vi que você também aprendeu tailandês! Que legal! Depois, quero ir pelos idiomas asiáticos!
E seguimos pela prevenção do Alzheimer!!!
Beijo!
Exatamente Gislaine, cultura e aprendizagem de idiomas estao sempre juntos 🙂 Eu cheguei a dar aulas de portugues na Alemanha, tambem gostava muito de ensinar meu idioma e pude ter experiencias com traducao e como interprete. Voce com certeza aprendera italiano muito rapidamente. Venha passear por essas bandas quando puder e tambem ira acabar aprendendo um pouco dos idiomas (que tal uma combo Tailandia+Myanmar ;)? hehe). Alzheimer nao teremos, jamais! Beijos