Katia Adler, diretora do Festival de Cinema Brasileiro de Paris
Como forma de mostrar, nesse mês de março, o espaço que nós mulheres seguimos conquistando em diversos setores da sociedade, procurei entrevistar alguma brasileira que representasse, aqui em Paris, não apenas a cultura do Brasil (o que, na minha opinião, já seria suficientemente admirável) mas que fosse também um exemplo de sucesso na sua área, dentro e fora do nosso país. Vamos conhecer aqui um pouquinho mais de uma das mulheres brasileiras que eu mais admiro no cenário cultural atual e que já deixou seu nome marcado na França, mostrando sua voz e seu talento além das fronteiras do nosso país.
Katia Adler é a idealizadora e diretora do Festival de Cinema Brasileiro de Paris, produzido pela Associação Jangada, que também é dirigida pela própria Katia. O Festival, que acontece uma vez por ano, é um momento bastante esperado por parte da comunidade brasileira aqui instalada. Para todos os brasileiros que atribuem importância à cultura nacional, o evento é muito mais do que apenas alguns dias de exibição de filmes, ele representa um momento de contato com nossa cultura; uma ocasião de compartilhamento e troca com outros brasileiros ou até mesmo com estrangeiros; uma reconexão com o lugar de onde viemos através das histórias, paisagens, jeitos de falar, pensar e viver exibidos na telona. Podemos ver também, nos dias em que o evento acontece, que boa parte do público é francês, o que mostra que há grande interesse pela nossa cena de cinema.
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Baseada na presença certa do público francês e também na veiculação internacional de alguns filmes exibidos primeiramente no Festival, afirmo que ele fez e faz parte de um movimento muito importante de fortalecimento do cinema nacional fora do Brasil, apesar dos percalços que enfrenta.
Em 2018, o Festival comemora 20 anos. A vigésima edição acontecerá no mês de abril, no Cinéma Arléquin, onde é realizado desde sua décima quinta edição. O Arléquin fica na Rue de Rennes, no sexto arrondissement (ou sexto distrito, numa versão abrasileirada).
Eu já acompanhei uma edição do Festival e lembro com muito carinho do evento. Recomendo fortemente a presença de todos que estiverem por Paris nesse período.
Agora deixo vocês com um pouco do que foi minha conversa com a Katia sobre ela e o Festival.
BPM: Desde quando você está em Paris e como aconteceu sua mudança pra cá?
Katia: Fui estudar cinema em Paris, em 1984, na Universidade de Paris 8.
BPM: Em que edição ou diante de que acontecimento você percebeu a consolidação do Festival como um momento cultural importante para a cidade e para os brasileiros que vivem aqui?
BPM: Se tivesse que escolher algum momento marcante, seja ele positivo ou negativo, do Festival, qual escolheria?
BPM: Como é feita a seleção dos filmes que serão exibidos em cada edição?
BPM: Você costuma comemorar o dia da mulher? O que esse dia representa pra você?
Katia: Não comemoro não, mas, por exemplo, tenho muito orgulho de ter duas filhas e tento ensinar que precisamos sempre nos fazer respeitar. Acredito que desse ponto de vista o mundo está melhorando muito.