Maio, mês das mães, é atualmente o mês mais esperado por mim e pela nossa família, pois é o mês em que está previsto o nascimento da nossa primeira filha. Por este motivo, nada mais oportuno do que dividir a experiência de uma gestação, maternidade e Pré-Natal na África do Sul.
Acredito que as maiores preocupações de uma mulher que engravida longe do seu país de origem e sua família são ter uma gestaçāo saudável, um bom acompanhamento especializado e condições seguras para o parto, seja ele hospitalar ou em casa.
O sistema de saúde privado
O sistema privado de maternidade na Africa do Sul é considerado “de primeiro mundo” e oferece diversas opções de acompanhamento pré-natal, que pode ser:
A) realizado pelo médico ginecologista, ou
B) realizado por uma “midwife” ou parteira: profissionais treinadas com habilidades para dar suporte durante toda a gravidez e pós parto; contudo, ela não realiza os exames médicos de ultrassom.
Há também quem opte por ter este acompanhamento feito pelos dois profissionais.
Optamos pelo acompanhamento médico e hospitalar e a escolha do ginecologista e maternidade se deu através da indicação de uma amiga brasileira que também teve sua filha aqui. Todo o pré-natal está sendo feito no Life Fourways Hospital.
Outros grupos hospitalares privados e reconhecidos na Africa do Sul:
Consultas médicas
São realizadas mensalmente no consultório médico (geralmente dentro do próprio hospital) e iniciadas apenas a partir da 8ª semana de gestação. A partir da 34ª-36ª semana, as consultas passam a acontecer a cada duas semanas e vão se ajustando conforme a situaçāo de cada gestante. Cada consulta médica gira em torno de 700- 1000 rands (entre 180 a 250 reais) que podem ser reembolsadas conforme o plano de saúde utilizado pela paciente.
Exames de sangue e urina
Os exames laboratoriais são solicitados pelo médico e realizados em laboratórios também localizados dentro do próprio hospital. Vários testes são solicitados inicialmente, entre eles o teste HIV, em virtude do alto índice de mulheres contaminadas pelo vírus neste país. Os resultados sāo entregues diretamente ao médico.
Ultrassom
Uma das vantagens na África do Sul é que a grande maioria dos médicos do setor privado possui o ecógrafo dentro de seus consultórios. Tenho a facilidade e felicidade de, em cada consulta, sair com uma imagem 3D ou 4D do exame em minhas mãos.
Tour pela Maternidade
Na medida em que o parto se aproxima, devemos agendar e fazer um tour pela maternidade, onde conhecemos as instalações, salas de parto e as principais informações sāo repassadas. Ao final confirmamos o “booking” do quarto e preenchemos a documentação necessária antecipadamente, evitando atrasos na hora do parto.
Antenatal Classes
Vários hospitais, parteiras e outros centros oferecem as aulas pré-natais para as gestantes. Estes cursos orientam sobre técnicas de relaxamento, o que esperar durante a gestação e o parto e os cuidados principais com o recém nascido. Alguns hospitais oferecem os cursos para a gestante gratuitamente. Mais informações sobre estes serviços podem ser obtidos nos links abaixo:
Parto
Durante as consultas o médico questiona a gestante sobre o tipo de parto desejado: natural ou através da cesárea. Hoje podemos afirmar que a grande maioria dos partos realizados no setor privado são cesarianas, escolhidos pela gestante ou ainda aconselhado pelo médico responsável, uma prática similar a que temos no Brasil atualmente.
O sistema de saúde público (ANC)
O acompanhamento gestacional através do sistema público de saúde (ANC – AnteNatal Care) deveria seguir os mesmos padrões apresentados pelo privado no que se refere ao número de consultas pré-natais, os exames realizados e atendimento no momento do parto, contudo esse atendimento difere conforme a localização da gestante (área urbana e áreas rurais). Clinicas rurais apresentam uma grande dificuldade de atendimento pela falta de equipamentos e profissionais qualificados.
Outras atividades durante a gestação
Além do acompanhamento médico, encontrei também, próximo à minha casa, um local dedicado a gestantes e novas mamães, o The Bub Hub. O local oferece vários cursos como Preg Yoga (ioga para grávidas), CPR (primeiros socorros) e ainda massagem para os bebês.
Além de contar com a simpatia das proprietárias, Tara e Delia, os cursos são excelentes e lá tenho a oportunidade de conhecer outras grávidas e trocar experiências.
Enxoval do bebê
Outro fator que favorece são os baixos preços dos itens do enxoval para bebês encontrados aqui em Joanesburgo. Geralmente, uma peça de roupa simples e de qualidade para recém nascidos pode ser encontrada por menos de 150 rands (o equivalente a 38 reais) e um bom e belo berço pode ser adquirido a partir de 1.500 rands (cerca de 400 reais). Além dos preços, a variedade de itens é outro atrativo à parte. Fazer compras para a nossa filha está sendo um prazer e no fim, bem mais econômico.
Enfim, este mês de maio será especial: com as passagens já adquiridas, meu marido e eu teremos o prazer de passar o dia das mães ao lado das nossas mães e futuras vovós que virão à Africa do Sul para o nascimento da Ana Beatriz.
20 Comments
Estou tbm morando na A. do Sul precisamente em East London.Tambem sou formada em Direito no Brasil e venho de Minas Gerais!!!Em dezembro tive o privilégio de ser mamãe aqui e realmente seus detalhes em seu texto e a realidade desse lindo País !Meu filho se chama Enric e está com 5 messes!!!
Caso vc queira entrar em contato comigo esse é meu facebook!!!
Parabéns pelo texto muito bom,Bjus!!!
Oi Lívia! Que bom que você gostou do texto e fico feliz que você também teve uma boa experiência com o pré-natal aqui na Africa do Sul. Parabéns pelo Enric! Vou deixar aqui a minha conta do facebook, pois nao consegui acessar a sua! Vamos nos falando! beijos!
Otimo texto!!
Obrigada Heloisa! 🙂
Adorei!
Que bom que gostou Ana! Aguarde as próximas publicações!
Lindo texto! Viva a Ana Bia ! 😀 (vamos consertar a parte do Curitibana no seu profile? rsrsrs) Bjos
Obrigada De!! Viva a Ana Bia! 🙂 Ahhh você sabe que eu sou paulista de coração né! beijoos
Texto bastante informativo e que certamente vai ajudar muita gente.
Eu confesso, porém, que o fato das cesarianas foi algo que me chocou, principalmente se tratando de um país em desenvolvimento como a África do Sul. O curioso pra mim é notar que em países considerados desenvolvidos, como aqui na Escandinávia por exemplo, a cultura é de transformar a experiência do parto em algo mais próximo do natural possível, e vejo exatamente o contrário em países ditos em desenvolvimento. Isso me deixa com a pulga atrás da orelha. Vemos, por exemplo, que no Brasil existe uma cultura muito grande de opção pela cesariana, sendo que muitas vezes é um procedimento totalmente desnecessário. Acredito que em muitos casos a cesariana é uma forma de os médicos ganharem dinheiro confortavelmente, já que os partos são agendados, e há muita desinformação das mães sobre o parto normal, o que é uma lástima, já que no parto normal a recuperação da mulher é muito mais rápida, além de ser a forma mais natural e, portanto, mais saudável de se dar à luz, na minha opinião. Há muitos grupos no Brasil trabalhando pela conscientização das mulheres sobre o parto normal e sobre a humanização do parto, e penso que seria importante haver grupos desse tipo na África do Sul também.
Parabéns pelo nascimento da sua filhota e seja bem-vinda ao time BPM!
Oi Cristiane! Que bom que você gostou do texto!
Concordo com você que o excesso das cesarianas realmente assusta quando se refere a países em desenvolvimento como a Africa do Sul e o Brasil. Por isso postei somente a informação com os dados obtidos através de pesquisas e as confirmações daqueles que trabalham no setor medico privado. As razões do alto índice das cesáreas são justamente as apontadas por você: a desinformação das māes sobre os benefícios de um parto normal e ainda a conveniência do medico em ter o procedimento agendado.
Eu particularmente planejei um parto normal juntamente com o meu médico e esta foi uma das razões da escolha do médico inclusive.
Infelizmente, fiquei em trabalho de parto ativo por 30 horas no hospital antes da decisão pela cesárea, justificada por razões médicas.
Acredito que estes grupos de incentivos para o parto natural deva existir aqui na Africa do Sul, mas por enquanto ainda não é significativo.
Obrigada pelos comentários e recepção! 🙂
beijos
Michelle,
Gostaria de te fazer uma pergunta, fiquei curiosa… Qual é a atuação profissional de uma advogada formada no Brasil na África do Sul? Se a Lívia tiver algo para comentar eu agradeceria!!! abs!
Oi Luisa,
Eu atualmente não trabalho aqui na Africa do Sul, vim apenas acompanhando meu marido. Até o ano passado o visto de acompanhante não permitia que as esposas trabalhassem, a não ser que a acompanhante tivesse um visto de trabalho independente devidamente emitido no Brasil. Contudo a lei de vistos mudou no inicio deste ano, permitindo que o detentor do visto principal peça o visto de trabalho para o acompanhante:
http://traveller24.news24.com/News/South-Africas-new-visa-rules-for-2015-20141207
Infelizmente não sei te responder agora, mas vou procurar saber como funciona o campo de trabalho de uma advogada aqui com formação no exterior e te retorno. 🙂
Abraços!
Michele,
Parabéns pelo texto…Tenho certeza que ajudará a muitas mamães brasileiras na África do Sul !
Apenas discordo que a prática da cesárea é igual a do Brasil no setor privado… Acho que a motivação da cesárea no Brasil é por outros fatores… Na minha experiência aqui (tenho 02 filhos nascidos no Sunninghill Hospital), percebi que os obstetras são favoráveis sim ao parto natural e incentivam a prática, desde que seja seguro para a mamãe e o bebê.
Oi Juliana!
Obrigada pelo comentário!
Então, a minha primeira impressão, até pela experiência que tive, era de que os partos normais eram os mais apoiados e incentivados pelos médicos aqui na Africa do Sul. O médico que me atendeu no Life Fourways faz parte deste quadro. Inclusive cheguei a esboçar essa ideia neste mesmo texto, mas acabei retirando. Somente coloquei este dado sobre o alto índice de cesáreas no setor privado, após várias conversas com amigos do setor médico e as pesquisas realizadas. Seguem alguns links sobre o assunto:
http://www.calorababy.co.za/pregnancy/c-section-vs-natural-birth.html
http://www.timeslive.co.za/local/2014/09/22/why-south-africans-choose-caesars-when-giving-birth
O Sunninghill Hospital é um bom hospital e acho se indicarmos estes hospitais e obstetras como os nossos teremos futuras mamães bem informadas e atendidas!
Novamente obrigada por compartilhar a sua experiência. Muito bom saber que outras brasileiras tiveram experiências satisfatórias aqui na Africa do Sul!
Michele.
Tudo bem?
Então eu estou pensando em mudar para Africa do Sul, por conta da violência no Rio.
Meu marido é Sul Africano e todas as vezes que estou aí me sinto bem mais segura.
Vc sabe me dizer, se realmente essa impressão é verdadeira?
Aonde vc mora, é muito violento? Milhares de casos de roubos, sequestros relampagos e esfaqueamentos igual no Brasil?
Aguardo.
Bjos e Obrigada
Oi Carine!
Sempre que me perguntam sobre este assunto, digo que me sinto mais segura morando aqui em Joanesburgo do que nas grandes cidades do Brasil. Ou seja, tenho o mesmo sentimento que você. Moro em um bairro localizado ao norte da cidade e nāo considero um lugar violento, pelo menos não o vejo assim.
Contudo, violência existe em todas as grandes cidades do mundo. Devemos sempre ter cuidado onde quer que vamos 😉
Só lembrando algumas grandes diferenças entre o Brasil e as cidades da Africa do Sul: aqui nāo costumamos caminhar pelas ruas (nāo temos calçadas para pedestres), andamos sempre de carro pois nāo há um sistema de transporte público para todos, as lojas fecham cedo (por volta das 6:00 da tarde) e se você quer um pouco de segurança a melhor opçāo é residir em condominios fechados. É importante considerar tudo isso na sua escolha e adaptaçāo. Estou disponível caso tenha outras dúvidas.
beijos e boa semana!
Pingback: África do Sul – Custo de vida
Pingback: África do Sul – Maternidade: nascimento e os primeiros meses
estou com uma amiga indo morar em joanesburgo Gostaria de saber onde ela pode comprar carronho de bebe
Olá. A Michelle parou de colaborar com o blog pois voltou ao Brasil. Procure os textos da nova colunista no país, a Thais, e deixe um comentário para que ela responda, se possível.
Obrigada.
Edição BPM