Melhores regiões para morar em Atenas.
Decidimos morar na Grécia! Mas, e agora, onde morar na Grécia?! O processo de escolher a melhor região para viver começa no momento em que se decide fazer a mudança entre países. Antes mesmo de fazer as malas, a pesquisa por regiões, costumes habitacionais e custos é fundamental para se ter uma boa noção do que nos espera quando, de fato, mudarmos.
Ainda no Brasil, meu passatempo era passear virtualmente pelas ruas de Atenas (um salve para o Google Maps!) e conhecer um pouco melhor dos bairros, infraestrutura, disponibilidade e preço de apartamentos. Confesso que tanta pesquisa antecipada me tirou um pouco o efeito surpresa quando eu realmente estava pisando naquelas ruas e vendo ao vivo as fachadas dos prédios e os centros comerciais. Porém, me economizou bastante tempo e sola do tênis, pois já descartei de cara algumas opções que não haviam me encantado.
Um aspecto interessante e bem importante para começar a busca por onde morar é entender a geografia e a segmentação das regiões próximas à capital. Isso nem o Google me ensinou, aprendi na prática mesmo! Vamos lá:
Atenas (em grego, Athína) é a capital do país e da região administrativa conhecida como Ática. Na prática, funciona como o que nós chamamos de centro da cidade nas capitais brasileiras. E os outros “bairros” ao redor são na verdade municípios que se expandem para o norte continental ou para o litoral, formando o que eu chamo de “Grande Atenas”. Eu, por exemplo, moro na cidade de Halandri, que fica a 7 km ou 15 minutos de metrô do Centro de Atenas. É como se Moema, em São Paulo, ou Copacabana, no Rio, fossem municípios, com suas prefeituras e tudo! Para simplificar, ao longo deste artigo vou me referir a Atenas como “centro” e aos outros municípios ou cidades como “bairros”.
Essa organização dos bairros permite que a infraestrutura em cada um deles seja excelente. Todos têm os grandes supermercados de rede, as feiras de rua, os bons restaurantes e as suas próprias Zaras! Até os escritórios de grandes empresas são espalhados pelos bairros, deixando de existir a ideia do “coração financeiro”. Ou seja, é raro ter a necessidade de sair do seu bairro e ir ao centro para resolver alguma coisa. Isso evita lugares cheios e deslocamentos maiores e foi, sem dúvidas, uma das grandes surpresas positivas que eu tive quando cheguei. Além do mais, é um facilitador na hora de escolher onde morar, já que os bairros contam com uma oferta de serviços bem parecida. Daí, é só identificar a sua prioridade e partir para a busca!
Centro
Morar no centro é para quem curte a cena urbana, a vida noturna e a vista para a Acrópole. Definitivamente, é onde a agitação acontece: eventos de rua o ano inteiro, festivais de verão, trânsito pesado e protestos de todo tipo. É comum ver muitos estrangeiros recém-chegados, estudantes e imigrantes por ali. Aqui, não precisa se preocupar muito com o idioma grego. Por ser uma área mais turística, dá para ser virar o tempo todo no inglês. No geral, os apartamentos costumam ser mais baratos, pois são antigos e menores. Porém, há também os bairros da moda, como Kolonaki, que acabam elevando a média de aluguel da região.
Bairros do Norte
Tradicionalmente chamados de subúrbios, concentram os bairros onde vivem os gregos “raiz”. Essa região tem o aspecto de cidade do interior, com um ritmo mais calmo, muita área verde e a cultura grega ainda mais viva. É bem servida de transporte público que a liga ao centro, como o metrô, o trem e diversas linhas de ônibus. Ter uma noção de grego é importante, pois alguns restaurantes, por exemplo, podem não ter menus em inglês e nos pequenos comércios só se comunica em grego ou, no meu caso, por mímica! Os apartamentos tendem a ser mais novos e ainda há a possibilidade de encontrar ótimas e enormes casas, como em Kifissia e Pentelis. Uma observação interessante desta área: a altitude é um pouco mais elevada que no centro, então é super comum estar mais frio por ali. A diferença pode chegar até 4 ou 5 graus a menos!
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Bairros do litoral
Para os amantes do estilo de vida praiano, aqui é o paraíso. A região apresenta uma sequência de bairros à beira-mar, como Glyfada, Voula e Vouliagmeni, e tem praias do Mar Egeu de tirar o fôlego. É no verão que tudo fica mais especial, pois existem vários “beach clubs” na costa onde os gregos aproveitam seus finais de semana. Mas, mesmo no inverno, a região tem seu encanto, com os belos cenários de pôr do sol. Ter carro nessa área torna-se mais importante que em qualquer outra, pois o metrô chega apenas até a entrada de Glyfada e, dali em diante, é tudo via tram, que é bem lento e com dezenas de estações. Para os deslocamentos do dia a dia, fica um pouco mais complicado. Como em qualquer outra cidade do mundo, quanto mais próximo ao mar, mais caro. Prepara-se para alugueis altos!
Agora que já deu para se ter uma noção do que as diferentes regiões da “Grande Atenas” proporcionam, como fazer para achar um lugar para morar? Por experiência própria, valem todos os canais que tiver acesso: site de busca, redes sociais, boca a boca e anúncios de rua.
O site mais conhecido é o Spitogatos. Existe muita oferta, com contato direto das agências de imóveis e de corretores autônomos. É uma boa forma de fazer um primeiro contato com esses profissionais que, a partir daí, podem trabalhar mais diretamente nas suas necessidades e oferecer apartamentos que ainda nem estão aparecendo no site. O lado ruim é que a atualização da página é pouco frequente e podem haver muitos apartamentos disponíveis que, na verdade, já saíram do mercado há bastante tempo. Aconteceu comigo várias vezes!
Outra forma online é pelo Facebook. Há muitos grupos de expatriados ou estrangeiros vivendo aqui e esse tipo de “classificados” rola o tempo todo! É sempre bom ficar ligado, pois boas ofertas surgem. Foi assim que achamos a nossa casa aqui.
Mas, acredite se quiser, a forma mais comum do grego anunciar um apartamento para alugar é com esse adesivo da foto abaixo que eles espalham pelos postes dos bairros! Achei muito vintage. Nele, constam os detalhes do aluguel e o contato do proprietário. O aspecto super positivo é que a negociação se dá direto com o dono do espaço e não envolve corretores (o que significa uma economia de pelo menos 1 mês de aluguel, que é a taxa de agenciamento). É só ficar de olho quando aparecer um desses na sua frente e entrar em contato. E, em todos os casos, não há necessidade de fiador. A garantia se dá pelo depósito de no máximo dois meses antecipados do aluguel.
Permita-se experimentar os bairros, identificar o que tem mais a ver com você e sua família. Contratos por temporada podem ajudar muito a conhecer o dia a dia antes de tomar a decisão de onde viver. E lembre-se que você não precisa ficar pra sempre com a sua primeira escolha!