Minha chegada em Pattaya na Tailândia.
Acredito que toda história tem um começo, meio e fim, e penso estar no começo da minha.
Sou do interior do Paraná, de uma cidade pequena, com cerca de 32.000 habitantes, chamada Palmeira, porém fui cursar Nutrição (graduação) em Curitiba. Nessa época, conheci o amor da minha vida e apesar de Curitiba não ter me agradado, continuei residindo na cidade para trabalhar, cursar um curso de especialização e outro de mestrado. Nesse período, eu e meu marido casamos, montamos nosso pequeno apartamento e “tivemos” nossa cachorrinha Mabel.
Após todos esses anos, apesar de tudo estar relativamente certo e estável, eu não queria mais morar em Curitiba, não me sentia em casa, à vontade, não sentia que aquele era o lugar que eu deveria estar, e neste momento de inquietação e indecisão, meu marido teve uma oportunidade de trabalhar em Pattaya, na Tailândia. Entre tantas possibilidades como Estados Unidos, Europa e Canadá, definitivamente, a Tailândia não foi um lugar que
imaginei morar. Pesamos os pontos positivos e negativos e decidimos encarar esse desafio.
Logo que cheguei tive o auxílio de esposas de expatriados, que assim como eu, não podem exercer atividade profissional na Tailândia. Cada uma me mostrou um pouco do que eu poderia fazer ou não, do que eu poderia explorar ou não, até onde eu poderia ir ou não.
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Isso fez com que eu refletisse sobre toda a situação, minha mentalidade e comportamento! Na primeira semana já estava pegando mototáxi (mais barato) para voltar para casa ao invés de um táxi normal. Na semana seguinte, já utilizei o transporte público daqui (Songthaew), uma caminhonete adaptada usada para transportar passageiros. Na outra semana, estava comendo comida de rua (sou nutricionista de controle de qualidade na produção de alimentos e a Tailândia possui inúmeras falhas nesse sentido). Por último, estou aprendendo a andar de moto para poder tirar minha licença e me locomover de forma independente.
Enfim, estamos morando na Tailândia há menos de 6 meses e neste período já aprendi muita coisa, já desconstruí diversos padrões previamente estabelecidos por mim mesma e já mudei muito!
A primeira lição que aprendi aqui é que qualquer lugar pode ser interessante! Muitas vezes, nos falta conhecimento para conseguir enxergar isso.
Eu tinha uma noção um tanto quanto reducionista da Tailândia, a maioria das pessoas que conheço também tem. Imaginamos um lugar subdesenvolvido, precário, porém, com praias lindas e paradisíacas e repleto de templos. Pois bem, aqui não é bem assim não, pelo menos não mais para mim.
Moro em uma cidade que possui hospitais excelentes! Inclusive, me arrisco dizer, melhores que os de Curitiba. Tive o prazer de fazer um tour, acompanhada de um médico australiano, por um hospital internacional daqui, e ao dizer que estava espantada com o que estava vendo, ele disse: “As pessoas pensam que moramos em uma selva aqui na Tailândia”. Aquilo ficou na minha cabeça, pois muitas vezes, nós brasileiros pensamos da mesma maneira em relação ao julgamento do Brasil por parte de estrangeiros.
As farmácias aqui são muito boas também! Encontramos tudo o que precisamos até o momento. Inclusive, se você precisar de um medicamento mais específico, aqui não precisa de receita médica, porém, o farmacêutico realiza uma pequena consulta para então indicar um medicamento (muitas vezes você não consegue comprar o medicamento sem o farmacêutico estar presente).
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Os supermercados são repletos de produtos! Apesar de encontrarmos muitos produtos comuns para os tailandeses e asiáticos em geral, eles possuem também diversos produtos semelhantes ou iguais aos do Brasil. Evidentemente, alguns itens não achamos, como mandioca, farinha de mandioca, erva-mate, massa de pastel, etc.
As lojas de cosméticos e farmácias possuem diversos produtos de beleza, na maioria das vezes, produzidos na Ásia, que são super interessantes e normalmente mais baratos. Inclusive, eles preconizam muito a pele sem melasma, por isso eles possuem variados produtos para esse fim.
Obviamente, nem tudo é perfeito. A Tailândia é um país que apresenta diversos problemas econômicos e isso se reflete em tudo. Grande parte dos estabelecimentos comerciais são simples; existe um descontrole em relação à população de cães e gatos; as estruturas das cidades muitas vezes são ineficientes, como por exemplo, o sistema de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas; existe uma grave falha no sistema de armazenamento
e recolhimento de lixo e a produção de alimentos seguros é extremamente deficiente.
Todavia, posso dizer que os pontos negativos não estão superando os pontos positivos!
Finalizo com a principal mensagem que gostaria de passar com este meu primeiro texto: NÃO TENHA MEDO, VÁ EM FRENTE.
Se você estiver em uma situação parecida com a minha, não tenha receio do que poderá acontecer. Sempre fui muito apegada com o previsível, o seguro e o conhecido e estar superando isso está sendo extremamente enriquecedor. Quando nos libertamos de questões que nos limitam, seja física ou até mesmo mentalmente, conseguimos visualizar as situações de maneira mais abrangente e isso pode ser extremamente benéfico!
3 Comments
Oi Àgatha,
Acabei de ler seu post, adorei as informações trazidas, espero q vc post logo mais informações, sobre segurança e cultura do lugar. Pois estou certamente devo está chegando no final do ano com minha família, pois tb meu marido recebeu uma proposta de trabalho aí.
Obrigada pelo texto, bjs
Olá,
Obrigada pelo feedback.
Sim, estarei trazendo mais informações….Se quiser, posso dar mais informações para você pela minha página no Facebook.
bjos
Olá Agatha,
Mudei pra Pattaya 4 anos atrás e não tive dificuldade pra me adaptar, verdade que tem muitas diferenças entre o Brasil e a thailandia mas o que me fez mudar pra cá foi o fator segurança, que não temos no Brasil.
Com um filho e esposa tailandesa morar no RJ era mais complicado e aqui tem uma ótima estrutura.
Muitos locais fantásticos pra visitar e sol o ano todo.. talvez demais mas bem…