No texto deste mês eu vou compartilhar com vocês algo que me encantou e me surpreendeu na Irlanda. Depois de algum tempo morando neste país, eu pude concluir que nem só de pub vive a Irlanda!
Pois é, não sei se é o seu caso, mas antes de vir para cá a primeira vez, em 2015, as poucas vezes que ouvi falar sobre a Irlanda era se referindo ao Saint Patrick’s Day ou à cerveja Guiness e os milhares de pubs que existem por aqui. E foi com essa ideia limitada que cheguei na Ilha da Esmeralda, no fim do verão.
Por ser uma pessoa não adepta à bebida alcoólica, os pubs estavam, à princípio, descartados do meu roteiro de turismo por Dublin, e a minha vontade de conhecer mais sobre o país e a cidade onde eu passaria a chamar de lar, foi tomando conta de mim.
Nos primeiros dias em Dublin eu já procurava o que fazer e onde visitar. Com um clima relativamente bom, sem chuvas e com temperaturas amenas, bem como os dias claros até aproximadamente às 22 horas, resolvi explorar lugares ao ar livre. E como uma boa paulistana, acostumada a visitar o parque do Ibirapuera com certa frequência, lá fui eu pesquisar sobre os parques.
A Irlanda tem seis parques naturais de preservação ambiental, os chamados Parques Nacionais. Eles estão espalhados pelo país, mas um dos mais visitados é o Wicklow Mountains National Park. Com 220 Km², o Wicklow Mountains é o maior parque nacional irlandês e tem sido preservado oficialmente desde 1991. Por estar localizado mais próximo à capital e por ser sinônimo de neve no inverno, nem preciso dizer que ele é um dos preferidos da comunidade brasileira que vive por aqui.
Os outros parques nacionais são: Ballycroy – no condado de Mayo, Connemara – localizado em Galway, Glenveagh – situado em Donegal, Killarney – no condado de Kerry e The Burren – encontrado no condado de Clare, que fica na costa oposta ao Wicklow Mountains.
Mas além dos encantadores parques nacionais, a Irlanda tem inúmeros parques urbanos e, apesar de ser um dos menores países europeus em território, ela sedia o maior parque fechado urbano da Europa. O Phoenix Park tem 707 hectares e fica a apenas 3 quilômetros do centro de Dublin. Nele podemos encontrar um imponente monumento histórico (que por sinal, lembra muito o Obelisco em São Paulo), o Zoológico, lugares para lazer e exercícios físicos, além da residência oficial do Presidente irlandês, assim como também a residência oficial do Embaixador americano! Mas dentre as curiosidades do parque, se você tiver sorte, corre o risco de ficar cara a cara com os cervos que, assim como outras espécies de animais, vivem livres e se deixam ser fotografados em troca de suculentas cenouras.
A primeira vez que fui até o Phoenix Park foi justamente com a intenção de tirar fotos com os cervos, mas fiquei tão admirada com a diversidade de flores e campos com grama verdinha que vi pela frente, que até esqueci dos animais. Entretanto, devo confessar que o que roubou a cena mesmo foi a possibilidade de sentar embaixo de uma árvore centenária e assistir com calma o pôr do sol mais lindo da minha vida. Foi um verdadeiro espetáculo a céu aberto!
E por falar em espetáculo, o parque do Jardim Botânico de Dublin no outono, na minha opinião, é ainda mais lindo do que na própria primavera. A biodiversidade da flora local, nesta época do ano, dá um colorido todo especial tanto às copas das árvores quanto às folhas ao chão. Os tons de vermelho, marrom e amarelo, se destacam em meio à grama verde. Mas não é só isso, se engana quem pensa que nessa época o colorido das flores não dá o ar da graça. Olha que dá e muito!
Conforme fui me instalando e conhecendo melhor o país e a cidade, notei que pela região do centro de Dublin e arredores é comum encontrar as chamadas Squares, ou praças em português, que assim como os parques, são cercados e os portões são abertos ao público em determinados horários. As inúmeras praças, ou pequenos parques como costumo definir, são outros lugares onde o verde é bem preservado. E ao contrário do que o nome pode sugerir, as praças não são tão pequenas como podemos imaginar. Algumas abrigam lagos e vastos campos onde no verão, durante os (raros) dias de sol, é possível ver muita gente deitada na grama pegando um bronze ou lendo um livro, fazendo um piquenique com amigos ou apenas observando a alegria das crianças que se divertem.
Sei que sou suspeita, e claro, que nem tudo na Ilha da Esmeralda é perfeito, mas este país é um verdadeiro encanto. É realmente animador saber que há tantas opções para curtir o verde em meio urbano, e que não é à toa que esta ilha é conhecida pelo nome de uma das nuances desta cor.
Mas agora eu pergunto, você imaginava que a Irlanda teria tantos parques assim?