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    Home»Brasil»O brasileiro não existe
    Brasil

    O brasileiro não existe

    Natália BaldochiBy Natália BaldochiOctober 14, 2019Updated:October 14, 20193 Comments5 Mins Read
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    O brasileiro não existe.

    Foi em meio a uma viagem ao Brasil e à leitura do livro Os Sertões de Euclides da Cunha que constatei o quanto a cultura brasileira é diversificada e que o brasileiro, na verdade, não existe.

    No último mês de julho estive no Brasil a passeio e pude ir a duas cidades turísticas: Paraty (RJ) e Monte Verde (MG). Durante minha curta estadia, notei diferenças culturais entre as duas cidades, entre São Paulo e minha cidade natal Batatais (SP). As diferenças mais marcantes e fáceis de notar são: o sabor da comida, a linguagem, os costumes e as tradições. 

    Isso me fez pensar, se foi possível notar diferenças entre cidades relativamente próximas, imagine entre cidades dos extremos do Brasil. Sendo nosso país o quinto maior país do mundo em extensão, não deveríamos nos surpreender ao encontrar cidades com costumes e tradições muito diferentes das nossas. Mas, a verdade é que nem nos damos conta do quanto nos distinguimos, e devido ao nosso envolvimento apenas  com os costumes de nossa cidade e estado passamos a acreditar que essa é a realidade de todos os brasileiros. 

    Leia também: Você fala brasileiro?

    Outro exemplo é o nosso desconhecimento dos mais de 100 idiomas falados em território brasileiro, além do português. São línguas de 160.000 indígenas que também são considerados brasileiros. Além da comunicação, os cotumes, as vestuárias, a culinária também se distinguem das nossas. 

    Ao ouvir o podcast, Maria vai com as outras, com Márcia Lucena, prefeita da cidade de Conde, no interior da Paraíba aprendi mais sobre regiões distantes da que eu cresci. Com ela, aprendi que a prefeitura da cidade do Conde, por anos, mantinha a prática de agregar caminhões à prefeitura, para usos gerais, desde de que essa família tivesse votado no prefeito eleito. Tratava-se de um costume que servia de fonte de sustento a muitas famílias da cidade. A nova prefeita interrompeu a prática mesmo a contragosto das famílias que dela se beneficiavam.

    Por isso, ouso afirmar que não existe apenas um jeito brasileiro de ser. Aquele que descrevemos ao estrangeiro e pronto. As situações mais difíceis, para mim, sempre foram ter que descrever o brasileiro em uma roda de estrangeiros. Me sinto encurralada, sem saída, tendo que generalizar para que eles possam entender um pouco os nossos costumes. 

    Fato é, os americanos terão uma ideia muito vaga, pois o meu depoimento sempre será baseado apenas na minha experiência de vida e não retrata a realidade do país como um todo, afinal, o meu jeito não é o jeito de todos os brasileiros. 

    Claro, utilizamos a generalização, pois assim é mais fácil convencer até a nós mesmos de quem somos. E também, porque há fatos que não há como negar, como a popularidade do futebol ou do carnaval, mas, novamente destaco a inconsistência desse uso, uma vez que os brasileiros não possuem os mesmos gostos e nem se comportam do mesmo modo.

    O desafio de definir o brasileiro tornou-se ainda maior após a leitura de os Sertões de Euclides da Cunha, que nos instiga com a seguinte afirmação: “a gênesis das raças mestiças do Brasil é um problema que por muito tempo ainda desafiará os esforços dos melhores espíritos”. 

    Ou seja, o brasileiro é uma mistura de várias raças, desde antes do descobrimento, até os dias de hoje. E que entender os costumes, as práticas, e respeitá-los é uma tarefa tão difícil que serão necessárias muitas batalhas e dores.

    Leia também: Tudo que você precisa saber para morar nos EUA

    Ainda no mesmo livro, Euclides ensina que há três elementos para a definição do brasileiro. “Elemento 1: os indígenas; elemento 2: negro banto (eterno desprotegido); e elemento 3: o português, fator aristocrático e intelectual”. E, devido aos anos que se passaram após a publicação do livro, acrescento à lista todos os outros imigrantes que chegaram ao Brasil no século XX e XI.

    O livro foi publicado em 1902, quando o Brasil acabara de virar república, um momento de muita alegria e descontentamento. Veja, que naquela data, há mais de cem anos, já eram necessários três elementos para tentar definir o brasileiro. Com o passar dos anos tal tarefa tornou-se ainda mais complicada devido às influências históricas nacionais e internacionais.

    O maior desafio está em como olhar para um Brasil formado pela mistura de raças, culturas, e costumes, e assim descobrir a melhor forma de preservar e respeitar a todas, bem como suas origens e, consequentemente, proteger nossa maior riqueza que é a diversidade. 

    Ao considerarmos a diversidade nossa maior riqueza, o conceito de brasileiro passa a não ser necessário. Veja que o que deixa de existir não é a identidade brasileira, mas sim o conceito, a definição do que é ser brasileiro.

    Afinal, se partirmos do princípio de que o brasileiro pode ser e agir de inúmeras formas, enquadrá-lo em um único adjetivo significaria desprezar a rica diversidade, e por fim, arriscar perder a própria identidade.

    Portanto, quando digo que o brasileiro não existe, o que quero dizer é que a sua complexidade não pode ser definida, e que identificar um brasileiro requer conhecimento amplo de sua cultura. E mais importante que classificar é entender quem somos, de onde viemos e o que queremos ser como nação.

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    Natália Baldochi
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    Natália é de uma cidadezinha chamada Batatais no interior de São Paulo. Desde pequena era apaixonada por livros e estórias. Mas, tinha que escolher uma carreira, assim formou-se em Direito, exerceu a profissão por 5 anos até que decidiu mudar-se para os Estados Unidos. Em Los Angles, onde mora com o marido desde 2013, estudou e trabalhou em Produção de Filmes e Comerciais durante 3 anos e meio. Foi então que percebeu a oportunidade de dedicar um pouco mais do seu tempo a escrever e realizar-se como escritora. Nos tempos vagos, atua em defesa dos direitos dos imigrantes.

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    3 Comments

    1. ana on October 14, 2019 9:12 am

      Engraçado ler este artigo justo hj, pois mais cedo mandei uma musica ao meu marido (suiço), que assim como eu, é metaleiro desde criança. Do album Holy Land, do Angra, a musica Carolina IV. Precisei explicar quem era Iemanjá, a nossa deusa do mar, rainha das aguas, do candomblé, que é marginalizado por alguns, mas cujos simbolos representam mtos outros. Desde jogar flores ao mar, acender velas na praia em dia de virada do ano até as lendas do folclore e quem vive a religião propriamente dita. O sincretismo e de onde ele vem. Essa musica faz menção aos europeus chegando ao Br, aos nativos e aos escravos. É maravilhosa e seus contrastes resumem bem como é nossa terra.

      Reply
    2. Larissa Rinaldi on October 19, 2019 1:54 pm

      OI, Natália.

      Também trabalhava com produção de cinema e agora busco a escrita. Sou do Rio, moro em NY há um ano. Sou colunista aqui também e tenho um podcast, o Tudo Sobre Coisa Nenhuma.

      Vamos nos conectar?

      Bjs

      Reply
      • Natália Baldochi on October 24, 2019 10:49 pm

        Oi Larissa,

        Vamos sim, vou te mandar um e-mail.

        Beijos

        Reply

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