O Lago Genebra é o maior lago da Europa, tem aproximadamente 180 quilômetros de extensão, formato de croissant e margens francesas e suíças.
Banhando várias cidades da Suíça Francesa, é a praia dos suíços, literalmente. Os suíços vão às praias do lago durante todo o verão. As águas frias da neve derretida dos Alpes ficam deliciosas nos dias quentes do verão. Fazer stand up, olhando o Mont Blanc é simplesmente espetacular!
O lado suíço do lago pode ser explorado de trem, carro, barco ou bicicleta. A rede ferroviária é pontual, precisa e generosa, mostra paisagens únicas. A estrada vicinal é deliciosa, adentra as cidadezinhas costeiras, mostrando bastante da vida tranquila daqui. Para os apressados, a autoestrada, que é um tapete, tem saída para os maiores centros urbanos. Para os sem pressa, existe uma rede de barcos da Belle Epoque que navega mostrando a privacidade das mansões a beira do lago. Para os ciclistas, segurança, respeito e faixas demarcadas se entrelaçam com a estrada vicinal.
Bordear o Lago Genebra é a melhor maneira de conhecer a Suíça Francesa e suas inúmeras possibilidades. Como vivem me perguntando o que visitar, resolvi contar aqui.
Genebra é a segunda maior cidade da Suíça, é onde Calvin chegou, no século XVI, e implementou a Reforma Protestante. Oferece um comércio luxuoso e de prestígio nas muitas lojas de grife e joalherias da Rue du Rhône, e também um comércio charmoso e descolado nas lojas do boêmio Carouge. É o centro das ONGs e organizações humanitárias. Cheia de estrangeiros é riqueza garantida de culturas, línguas e contrastes. Tem que ver o Jato de Água, imponente no lago. O que adoro é que Genebra é uma cidade cosmopolita em versão miniatura, que pede para ser explorada a pé.
Nyon, uma cidadezinha na beira do lago , com 20.000 habitantes. Acumulou nos seus 1.600 anos muitas histórias e, ainda hoje, conserva ruínas romanas e castelo medieval. No mês de julho abriga o Paléo, um dos importantes festivais de música da Europa. Nos seus 84 hectares, 250 shows acontecem durante seis dias para um público incansável de 230.000 pessoas. Uma loucura! Mas o que eu gosto mesmo de lá é o charme de alguns restaurantes escondidos nas ruazinhas estreitas do centro antigo.
Seguindo de Nyon para o leste, avistamos os vinhedos de La Côte, lugar lugar delicioso para se perder a pé.
Não tenho como não mencionar Saint Prex, uma cidade de 6.000 habitantes, incluindo eu! O bourg, área medieval da cidade, é extremamente bem conservado e charmoso. Andar sem pressa por lá, curtir as pequenas ruazinhas, se deliciar com a vista do lago e tomar um banho naquelas águas limpas é quase que um programa obrigatório.
Lausanne é a Capital Olímpica, a quinta maior cidade do país, e, para nós brasileiros, pequena e charmosa. Visitar o Museu Olímpico, caminhar por Ouchy, desfrutando dos canteiros floridos do lago, explorar as ruas de pedestres do centro antigo e fazer um picnic nos jardins do museu Hermitage são alguns dos programas gostosos daqui. Por abrigar excelentes e tradicionais faculdades, Lausanne é conhecida como uma cidade bastante jovem, ideal para quem quiser se aventurar na noite suíça. Neste caso, recomendo o Flon, ex bairro industrial, feio e de má fama, que foi recuperado no início dos anos 2.000 e virou um lugar bacana e moderno para sair. Cheio de becos e lugares secretos, o Flon seduz e deixa seduzir.
Sair de Lausanne a pé e curtir a borda do lago passando por Pully, explorando Lutry e suas ruas charmosas e caindo na linda e minúscula Cully é uma delícia. As inúmeras praias no caminho, os cisnes e as montanhas, que permanecem nevadas boa parte do ano, fazem a alegria e o espetáculo deste percurso.
Finalmente se chega em Lavaux, os vinhedos milenares tombados pela UNESCO. Eu sou particularmente apaixonada por este pedacinho da Suíça e não consigo contar quantas visitas já fiz a este paraíso. Lavaux é cheia de propriedades muito pequenas, geralmente familiares, que fazem com a uva, Chasselas, um vinho branco simplesmente delicioso. Passear pelas ruas de pedras que cortam os vinhedos, passando por cidades pequenas e parando nas melhores vinícolas é simplesmente o paraíso! A vista é deslumbrante. O lugar é lindo. Tem que ir para entender o que eu estou falando…
Vevey é outra cidade a visitar. Sede internacional da Nestlé, também foi a terra onde viveu Charles Chaplin. Tem o museu da Alimentação, cheio de atrações interativas para crianças. Gosto de andar pelas ruazinhas de pedestres que ficam paralelas ao lago, cheias de lojinhas interessantes. Nesta Primavera foi inaugurado o Chaplin’s World, um parque temático com estúdio de filmes, a casa onde ele viveu e muitas surpresas absolutamente imperdíveis.
Montreux é a cidade do lago onde, em julho, acontece o maior festival de Jazz do mundo, o Montreux Jazz Festival. Beneficiária de um microclima, a cidade exibe com orgulho, na sua orla florida e coloridíssima, algumas plantas tropicais. No inverno, abriga o maior Mercado de Natal da Suíça. Famosa por ter diversos estúdios de gravação, a história de Montreux cruza com músicos famosos como Fred Mercury, que viveu lá seus últimos dias, ou a banda Deep Purple, que lá escreveu “Smoke on the Water” inspirada em um incêndio que presenciaram no cassino da cidade, que conto mais aqui. É irresistível tirar uma foto com o Fred, que ainda reina sublime no lago.
De Montreux eu costumo caminhar até o Château de Chillon, uma caminhada de uns 50 minutos a beira do lago. Silêncio, paz e beleza é o que se encontra neste percurso, além de uma vista, pra lá de exuberante, que se vai conquistando a medida que o castelo se aproxima. Um dos monumentos mais conhecidos da Suíça, este castelo do século XIII foi construído na beira do lago e é extremamente bem conservado. Sua visita é uma aula de história, de preservação e de beleza. Recomendo.
O lago é realmente mágico. Um dos lugares mais lindos e diversos que conheço. Rodeado por montanhas, vinhas, vilarejos e muita história, ele consegue manter as tradições suíças com o conforto e tecnologia dos nossos tempos. Um lugar para se deliciar!