Dubai, cheguei! Depois de um mês de preparação, correria no último dia, uma hora de vôo, mais correria do aeroporto para o hotel, do hotel para a casa dos amigos, da casa dos amigos para o terminal de carga e, finalmente, estamos todos aqui: Eu, marido e gato. Alhamdulillah (Graças a Deus)!
Eu já tinha vindo a Dubai a passeio outras duas vezes, mas olhar a cidade com os olhos de “aqui é minha nova casa” é algo totalmente diferente. Deu aquele frio na barriga; aquele mesmo que senti quando cheguei no Centro do Rio de Janeiro sozinha pela primeira vez -saindo da suburbana Nova Iguaçu, o mesmo que deu quando vi as luzes de West Bay recém chegada do Brasil no Qatar.
A verdade é que as borboletinhas ainda estão dançando no meu estômago. Eu quero sair para explorar, conhecer gente mas ao mesmo tempo estou com medo de me perder. A velha síndrome da menina do interior na cidade grande (risos).
Uma única grande avenida que corta toda a cidade, as luzes brilhando forte, o som das buzinas dos carros misturadas ao das mesquitas que chamam para oração a cidade que não dorme.
Dubai é uma cidade que não para, tem gente na rua bebendo café, tomando sorvete e batendo papo na calçada ás 3 da manhã. Os mercados, restaurantes, farmácias e comércio em geral funcionam 24 horas. Tem bem mais coisas acontecendo, bom, pelo menos bem mais que na pacata Doha que lança um folhetim semanal das “5 coisas para fazer final de semana”.
A dinâmica de Dubai também é outra. Grande parte por conta do transporte público que existe e é eficiente. O metrô está sempre cheio de gente indo e vindo de seus compromissos, nos pontos de ônibus (sim, eles são climatizados) tem sempre alguém olhando para o relógio e esperando a chance de ir para casa depois de um dia cansativo de trabalho. Tudo tem aparência de uma cidade normal. Eu vi vida nas ruas.
Outra coisa que reparei é que aqui as pessoas correm, em Doha ninguém tinha pressa – a não ser no trânsito, ai todo mundo era piloto de fórmula 1 – tem gente correndo para pegar o elevador, correndo para pegar o metrô, correndo dentro do shopping (ainda não entendi o porquê), as pessoas têm pressa, como acontece em qualquer grande centro urbano, eu imagino.
Eu ainda estou dançando segundo o ritmo do Qatar, ainda não me acelerei para acompanhar o que está acontecendo. A cidade está me puxando para fora, é pré estréia exclusiva para filme, é o show da banda que sempre quis assistir, o ritmo é um batidão frenético e eu ainda tô valsando, sou boa dançarina hora ou outra acerto o passo.
Tudo é grande. É o maior prédio do mundo, o maior shopping do mundo, o maior aeroporto do mundo e eu aqui tão pequenininha no meio de tudo isso! É assim que estou me sentindo. Um peixinho vagando num oceano de novidades.
Já esbarrei nuns brasileiros pelas minhas andanças, aqui, por sinal, tem muitos! Podemos perceber que o número de expatriados de certas nacionalidades é grande quando existem muitos produtos vindos de um país específico a venda no mercado. Em Dubai, em qualquer birosca, vende Guaraná Antártica, tomei uma latinha com tanto gosto, gosto de saudade.
Uma surpresa boa foi encontrar produtos para cabelos cacheados. Eu trago os meus do Brasil ou das viagens que faço se por ventura encontrar algum. Eu tive um troço, olhinhos brilharam, um creme de pentear feito para mim no mercado daqui. Amei!
Cheguei já conhecendo algumas pessoas, o que está me ajudando a me situar, eu vim de outro país do Golfo, o que torna as coisas mais fáceis, já falo inglês, então posso me virar por ai. Nada vai se comparar ou ser tão difícil quanto sair de Nova Iguaçu – RJ e ir morar no Oriente Médio sem nunca antes ter tido sequer passaporte.
Dizem que as primeiras impressões são as que ficam. As minhas primeiras impressões têm sido positivas, eu consigo ver um futuro aqui, um lar. Claro que, como eu disse antes, também está sendo assustador mas não existe nenhuma barreira que eu não possa vencer, isso eu sei.
Quando contava que estava vindo para Dubai as pessoas me parabenizavam como se eu tivesse sendo promovida. Me olhavam com um sorriso no rosto e lágrimas nos olhos e diziam: Ah! lá é muito melhor! Você vai ver, muito mais liberdade, muito mais oportunidades. Você vai ser feliz. Os votos eram sinceros, e os recebi com sinceridade também.
Isso será o que sempre carregarei junto a mim: o desejo pulsante de ser feliz. Feliz em cada escolha, em cada nova cidade, em cada novo emprego, e que em cada novo lar o mais importante seja isso, a felicidade de estar junto mais uma vez para um recomeço.
4 Comments
Muito legal! Amei???
S2
Boa noite, Thaís Cunha!!! Muito bons seus textos, parabéns!!!
Vc poderia informar qual o salário mais baixo de um jogar de futebol no Qatar??? Tenho um filho de 18 anos que talvez vá para esse país. Se puder me tirar essa duvida, agradeço. Moramos em Vila Velha-ES e meu filho atualmente joga no Americano de Campos (vi que vc é carioca).
Um abç e obrigado,
Chamoun.
+55 27 98112-3903 (se quiser, pode enviar um zap pra mim).
Meu e-mail é biochamoun@gmail.com e meu instagram é @peritochamoun
Boa noite, Thaís Cunha!!! Muito bons seus textos, parabéns!!!
Vc poderia informar qual o salário mais baixo de um jogar de futebol no Qatar??? Tenho um filho de 18 anos que talvez vá para esse país. Se puder me tirar essa duvida, agradeço. Moramos em Vila Velha-ES e meu filho atualmente joga no Americano de Campos (vi que vc é carioca).
Um abç e obrigado,
Chamoun.
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