Enquanto a vizinha Dubai investe cada vez mais em entretenimento, o Qatar tem se destacado como o centro da cultura no Oriente Médio. Depois da monarquia do país ter adquirido a peça mais cara já vendida em leilões, o quadro “Os jogadores de cartas” de Paul Cézanne pela bagatela de 250 milhões de dólares, o mundo das artes está de olho nesse pequeno pedaço milionário de terra no Golfo Pérsico.
A coleção de obras famosas adquiridas não parou por aí. No acervo da família real existem peças de Francis Bacon, Mark Rothko e Andy Warhol e, ao que tudo indica, essa coleção não vai parar de crescer. Estima-se que o orçamento da Qatar Museum Authority, administrada pela Sheikha Mayassa, irmã do Emir e já conhecida como a rainha do mundo das artes, é de 1 bilhão de dólares – todos voltados para aquisição de novas peças e desenvolvimento de museus e galerias de artes pelo país.
Ainda não se sabe se esses quadros irão a exposição ou não; eu aqui, ratinha de museu, fico na expectativa de, um dia, ver de perto essas obras que conheço apenas pela Internet.
Quem vem ao Qatar não pode deixar de visitar seus museus, principalmente o Museu de Arte Islâmica (MIA) cujo prédio é obra do renomado arquiteto I. M. Pei, também responsável pela pirâmide de vidro do Louvre, em Paris. O museu conta com uma coleção variada de obras influenciadas pelo Islã, com peças vindas de todas as partes onde o Império Árabe dominou. Este museu é tão importante para a cultura mundial que já está dentre os seis melhores do mundo!
Outro museu que eu adoro é o Museu Árabe de Arte Moderna (MATHAF). As peças são todas de artistas árabes e é o mais famoso internacionalmente por ser o único no mundo a celebrar a criatividade moderna desse povo, já que o museu de mesma natureza no Iraque foi destruído durante a última guerra.
A extensão desse museu, a Galeria Al Riwaq, que fica próxima ao Corniche, já abrigou a exposição de Richard Serra e suas esculturas gigantes de ferro. Algumas de suas obras ainda podem ser vistas pelo país como, por exemplo, os pedestais erguidos no deserto.
Um espaço interessante que inaugurou recentemente é a Fire Station Artist in Residence. Esse espaço era onde funcionava a antiga defesa civil e hoje abriga artistas nacionais em seu período criativo. Todas as obras pertencem aos artistas que estão ocupando o espaço no momento, ou seja, a ideia é que tenha sempre uma exposição diferente variando de acordo com o artista que está “abrigado”.
Quer ir num lugar que tem de tudo dentro e mais um pouco? Vá à coleção do Sheik Faisal Museum! Funcionando em um antigo forte, um pouco afastado de Doha, o museu se formou da coleção pessoal do Sheik e tem carro antigo, avião, coleção de tapetes, caixas de fósforo, conchas, antiguidades e por aí vai. É um baú cheio de surpresas, apesar de confuso. Vale muito a pena, a visita.
Além desses espaços ainda tem a galeria de arte dentro do Katara Cultural Village, o Orientalist Museum, que é o único museu do mundo inteiramente dedicado a essa espécie de arte; e muitos outros ainda estão por vir, como o Museu Nacional do Qatar e o Museu Olímpico e dos Esportes, ambos com previsão de inauguração para os próximos anos.
A arte é uma das melhores maneiras de se quebrar a barreira cultural e o estigma que se criou em relação ao povo árabe após o fatídico 11 de setembro. O Qatar tem feito isso com maestria, mostrando a todos que aqui vêm e se interessam que eles têm muito mais a oferecer. Não é só dinheiro, não: é muita cuca no lance, hahaha!
3 Comments
Estou adorando aprender sobre o Qatar com seus textos, Thais, muito bons!
Que bom Erika! Obrigada! Se você quiser saber mais pode ir lá no meu blog também http://www.desbravadoha.com !! Beijo grande!
Amei o Post! Parabéns!!!