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    Home»Egito»Religiões e cultura no Egito
    Egito

    Religiões e cultura no Egito

    Michelle BastosBy Michelle BastosJune 12, 2016Updated:March 21, 20188 Comments6 Mins Read
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    Religiões e cultura no Egito.

    O Egito desperta uma profusão de sentimentos enigmáticos e místicos. Pensar no Egito é pensar nas pirâmides, nas tumbas, nas múmias e em toda história que trazem consigo, muitas vezes ainda ininteligíveis ao ser humano contemporâneo. Contudo se outrora o país cultuava Osíris, Hórus e demais deuses, hoje é terra de Allah. Noventa por cento da população é muçulmana, em contrapartida de 10% de cristãos.

    A privilegiada posição geográfica do país e grande importância cultural fez do Egito alvo de grande interesse das demais civilizações, sofrendo repetidas invasões, conquistas e imposições de novas culturas. Assim, configurou-se um complexo mosaico cultural, linguístico e religioso.

    As raízes do Cristianismo no Egito datam do primeiro século depois de Cristo, quando a cidade de Alexandria se transformou em um reduto da religião. Entretanto, a igreja egípcia possui sua própria descendência, a Igreja Ortodoxa Copta, que possui Papa e interpretações próprias da doutrina. A pequena cruz tatuada no pulso direito – que a maioria possui, mesmo não sendo obrigatório – os revelam.

    Quatro séculos mais tarde, em Meca, Maomé começaria a professar o Islã. Após a morte do profeta, o Egito entrou na rota de expansão da religião, incorporando não só o Islã, como o idioma árabe à cultura; ambos permanecem até hoje. Embora a conquista territorial tenha se sucedido, ninguém fora obrigado a se converter. Entretanto, os impostos cobrados a qualquer não muçulmano eram abusivos e se tornavam inviáveis de ser pagos, o que fazia com que as pessoas se convertessem à fé professada por Maomé.

    Muitos séculos depois, em 2016, o que vemos é a religião profundamente associada a cultura do país e que, apesar de  o estado se definir como laico, ainda permeia a política. E há, inclusive, os defensores (embora minoritariamente) de uma política completamente baseada na religião: a sharia.

    Se por um lado se mostram extremamente religiosos -o que não significa fanáticos-, por outro lado, todos os dias, as mesquitas parecem gritar em vão nas cinco chamadas para a oração. Uma das imagens mais tangíveis do Islã para nós ocidentais, é a reza, portanto imaginamos que prontamente na hora, o país para para fazê-la. Não é bem assim. Com exceção a reza das sextas, por volta de meio dia – na qual todos os homens devem ir a mesquita -, poucos demonstram notar o chamado das mesquitas nos alto falantes.

    Egípcios fazendo a última reza do dia.
    Egípcios fazendo a última reza do dia.

    Devemos sempre lembrar que toda religião é nosso objetivo de como  ser, e não de como somos. Somos seres humanos imperfeitos, e seguidores da religião que for, não seremos cópias fiéis da mesma. Assim é por aqui. Muitas contradições a parte.

    Se o álcool é visto praticamente como um crime à felicidade póstuma, o haxixe é quase tão difundido como a cervejinha do fim de semana no Brasil.  Se o divórcio ainda é proibido aos coptas, o jeito é se converter a outra linhagem cristã para assim poder fazê-lo.

    A convivência entre as religiões – Cristianismo e Islamismo- é pacífica e respeitosa. Durante a revolução de 2013 quando sucessivos ataques a bomba estavam acontecendo, ficou famosa uma foto em que cristãos, de mãos dadas, protegiam muçulmanos durante a reza, e muçulmanos protegiam as igrejas para que os coptas pudessem rezar com tranquilidade.

    Contudo, já reparei várias vezes, que ao contar um caso, eles sempre fazem uns parênteses da religião da pessoa, mesmo que isso não implique em nada na história a ser contada. “Uma vez estava com um amigo, ele é cristão, …”. “Convidei uma amiga para ir com a gente, ela é cristã.”. Não é um preconceito, é apenas uma diferença. Diferença que até o ano passado vinha estampada nos documentos de identidade, e se faz clara apenas pelo nome de registro do cidadão – há diferentes nomes para muçulmanos e cristãos.

    E essa divergência é também motivo de muitas decepções amorosas. A maioria dos egípcios tem uma história de amor platônico envolvendo as duas religiões. Apesar de permitido, o casamento na prática é impossível. Uma vez uma amiga cristã contou que estava sofrendo por um amor correspondido muçulmano. Me pareceu óbvio que o motivo do sofrimento fosse um impedimento, por parte das famílias, mas ela me esclareceu que não, foi decisão dela de se afastar. Segundo a mesma, jamais se casaria com um muçulmano. Por quê?  Não aceitaria que os filhos dela fossem seguidores da outra religião, assim como nenhum seguidor de Maomé aceitaria filhos fiéis a Jesus.

    E por falar em filhos, a religião está extremamente arraigada ao crescimento populacional no Egito, que apenas no último ano cresceu em mais de 1.8 milhões. Em nome da fé, os casais são encorajados a não fazer qualquer tipo de controle de fertilidade ou planejamento familiar. Quantos filhos Allah enviar, que seja feita a vontade dele! Ainda mais encorajadora é a crença de que, quando Deus envia um filho, ele manda junto o dinheiro necessário para a criação.  Se a densidade populacional (principalmente no Cairo), baixa renda e poucas oportunidades já afetam a população atual, mais pessoas: mais problemas.

     

    Ainda que timidamente, talvez encorajados pela liberdade e confiança no direito de autodeterminação advindos da revolução de 2011, uma onda de ateísmo se faz presente no país. Nada que ameace ambas religiões. Entretanto, aos poucos, pipocam na internet grupos de discussões e vídeos nos quais se questionam os fundamentos de ambas doutrinas. Mas nada que ainda se possa ser discutido na sociedade, ou entre famílias, sem represálias.

    O país dos faraós também não poderia permanecer indiferente a seus ancestrais, enquanto todo o mundo os reverencia. São notáveis diversas tradições e rituais do antigo Egito presentes no dia a dia. A própria língua é prova disso, o árabe falado no Egito não corresponde ao clássico, tem diversas palavras que provêm do idioma dos ancestrais. Assim como a celebração de Páscoa, que, para eles, nada tem a ver com a ressurreição de Cristo. Apesar de a data coincidir, eles celebram o período da cheia do Nilo e consequente fertilidade.

    De todos os legados, me arrisco a dizer que o principal seria a preocupação com a eternidade, seja na Terra, no paraíso prometido por Allah ou Jesus, todos eles querem ser lembrados e ser merecedores dos louros da vitória.

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    antigo egito cristianismo Cultura egito islã religião
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    Michelle Bastos
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    Michelle é graduada em jornalismo pela UFV, e escreve o blog Vem Comigo na Viagem. Já morou em Portugal, EUA, Grécia e hoje, casada com um egípcio, divide sua vida entre o Brasil e o Egito. Proprietária da Hórus Viagens, adora planejar a viagem dos sonhos dos clientes para o Egito e Oriente Médio.

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    8 Comments

    1. Nane on July 2, 2016 2:22 am

      Adorei o texto!! Perfeito

      Reply
    2. Tamer Fawsy on July 14, 2016 11:00 am

      Muito legal o seus artigos sobre o Egito realmente vc fala com propriedade tenho uma curiosidade e talvez vc possa escrever sobre isso , muitas mulheres quando se casam com um Egípcio ele sendo muçulmano automaticamente ele se converte pois não existe casamento pra eles se não for feito na mesquita e o Imam assinar o certificado , Voce se converteu ao islam se sim , foi por livre e espontânea vontade ou foi por imposição do seu marido e da religião dele ? Também um fato interessante que uma mulher muçulmana não pode se casar com um homem cristão eles fazem tudo isso para impor a religião deles vc acha isso correto e esta religião correta?

      A cultura Egípcia em sua opinao e uma cultura autentica ou vc acha que a cultura hoje e uma cultura totalmente religiosa e totalmente opressora dois os cristão sofrem aqui?

      Reply
      • Michelle Bastos on August 1, 2016 6:59 pm

        Boa tarde, Tamer!

        Agradeço a leitura e me desculpo pela demora para responder.
        Pelo seu nome, estou na dúvida se você é egípcio.

        Eu não me converti ao islã, uma vez que todo muçulmano pode se casar com judeus e cristãos, independente de ser homem ou mulher. Segundo a religião e a lei é permitido, entretanto há uma pressão das famílias para que isso não aconteça, principlamente com as mulheres, uma vez que se elas se casarem com não muçulmanos, os filhos seguirão a religião do pai, o que a família muçulmana não deseja para os netos. Mas, legalmente é possível. Me casei tanto religiosamente quanto no civil, entretanto não dentro da mesquita, os advogados podem fazer o casamento religioso (parece estranho, mas foi assim).

        Sempre fui clara de que não converteria e tanto meu marido quanto a família dele compreenderam. Não acredito ter religião certa ou errada, apenas não me identifico com o islamismo. Qualquer doutrina que faça as pessoas se tornarem melhores a cada dia, na minha opinião, é válida.

        Quanto ao mosaico cultural egípcio, formado por muçulmanos, cristãos e a antiga religião egípcia, falei sobre isso no meu texto do mês passado, que você pode conferir aqui: https://brasileiraspelomundo.com/egito-religioes-e-cultura-411329702

        É fato que a religião no Egito exerce forte influência, mas não sei comparar com o que você define como autêntico. Autêntico seria a antiga religião egípcia?

        Não vejo confrontos ou repressões aos cristãos no Egito, mas obviamente são minoria, e como toda minoria têm seus percalços. Pessoalmente, nunca sofri nenhum preconceito ou tive problemas por ser cristã.

        Espero ter saciado suas dúvidas.

        Atenciosamente,

        Michelle Bastos

        Reply
    3. Henrique Rodrigues on September 8, 2016 2:28 am

      Boa noite, Michele!
      Eu estou fazendo um trabalho em que devemos (meu grupo e eu), hipoteticamente, fazer uma viagem a Cairo. Para isso, precisamos saber: quais documentos tirar, como é a locomoção do Brasil ao Egito, em que Hotel ficar, quais os costumes, enfim… É claro que estamos pesquisando tudo isso, Seu texto ajudou-nos no que se refere à cultura. Foi realmente muito esclarecedor!
      O que mais você puder nos fornecer de informações, sobretudo quanto às experiências no país, eu ficarei muito feliz!
      Obrigado pela atenção e, mais uma vez, parabéns pelo texto redigido.

      Reply
      • Michelle Bastos on September 8, 2016 1:15 pm

        Olá Henrique! Que trabalho legal, hein. Obrigada.

        Tenho mais textos aqui no Brasileiras pelo Mundo e no meu blog pessoal Vem Comigo na Viagem. Fique a vontade para explorar. Se tiver perguntas específicas pode me enviar inbox na página do blog Vem Comigo na Viagem que terei prazer em ajudar.

        Att.

        Michelle Bastos

        Reply
    4. Djnane Fonseca on February 10, 2018 3:53 pm

      Olá Michelle. Tudo bem?!
      Estou lendo seus textos e adorando.
      Estou indo ao Egito em Março e uma das minhas preocupações é a comida. Sou vegetariana. Outra coisa, já li muitos viajantes falando que aí para qualquer coisa as pessoas pedem gorjetas. O que vc pode me dizer a respeito? Abraços

      Reply
    5. VÂNIA Mª on July 17, 2018 6:35 pm

      olá!
      Boa tarde, pretendo conhecer o cairo daqui a três anos? como faço irei com meu filho.
      gostaria de receber no meu e-mail, orientações sobre hospedagem ,etc.

      Reply
      • Liliane Oliveira on July 18, 2018 2:45 pm

        Olá Vânia,
        A Michelle Bastos parou de colaborar conosco e, infelizmente, não temos outra colunista morando no país.
        Obrigada,
        Edição BPM

        Reply

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