Resolução de novo ano
2019 passou voando! E assim vão passar também 2020, 2021, 2022… Por mais que a gente não queira, pode ter certeza de que a cada dezembro teremos essa mesma sensação. E num piscar de olhos estaremos nos perguntando: consegui cumprir as resoluções que me propus em janeiro?
Conheço muitas pessoas que não estão satisfeitas com o rumo que suas vidas vêm tomando, mas que não fazem nada para mudar essa situação. Eu mesmo demorei um certo tempo, até dar o passo que iria transformar minha vida para muito melhor. Não queria agir sem ter a certeza de que tinha tudo perfeitamente planejado, de que tinha total controle da situação. E sabe qual era esse passo? Ficar um tempo fora do Brasil. Sair do país para respirar novos ares, ver novas coisas, conhecer novas pessoas, me aprofundar em uma nova carreira profissional.
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E você? O que você tem vontade de fazer, mas está adiando? Aproveita que é dezembro outra vez e reflete sobre isso. Se você está lendo este texto, que faz parte de uma plataforma colaborativa de mulheres expatriadas, é porque alguma relação com viagens e/ou mudanças você deve ter. Buscar uma oportunidade fora do Brasil é sua vontade? Ficar um período fora para respirar novos ares? Fazer uma imersão na cultura de um país? Tirar um ano sabático? Fazer um curso no exterior? Tentar uma transferência no trabalho? Partir para um programa de voluntariado? Algum desses fatores te motiva ou já foi uma resolução de ano novo não cumprida?
Se sim, pense sobre ele. Por que você não levou isso adiante? O que te impedia? Quais eram os recursos que você tinha, mas não aproveitou? Quais recursos te faltavam? Se você conseguir responder a essas perguntas sendo sincera consigo mesma, conseguirá ter um diagnóstico do porquê não foi capaz de cumprir o seu desejo. Ainda. E somente tendo clareza da real situação que te impedia de fazer um movimento de mudança, é que você poderá reunir o que te falta para enfrentá-la. E por isso eu mencionei ali em cima que você não foi capaz de cumprir seu desejo “ainda”.
Nunca somos velhos para os sonhos que temos. Os sonhos sempre podem ser adaptados para que se tornem uma versão possível de ser cumprida. Imagina alguém que tinha muita vontade de fazer um intercâmbio de um ano para melhorar a fluência em um idioma. Pensa que essa pessoa era solteira, não tinha filhos. Passaram-se alguns anos e ela nunca deu o primeiro passo. Hoje em dia ela está casada, tem filhos e se sabota, fazendo-se acreditar que aquele era um sonho de juventude que agora, por sua atual condição de vida, já não é mais possível. Mas e se ela mudar a perspectiva? E se ao invés de um intercâmbio de 1 ano ela fizer um curso intensivo de 1 mês? Ela estará adaptando o sonho para uma versão que é possível nesse momento da sua vida. E voltará a ter motivação para torná-lo real!
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Eu demorei dois anos para ter certeza de que queria buscar uma vida fora do Brasil, pelas razões citadas no primeiro parágrafo. Como sou uma pessoa muito organizada e muito planejada, queria ter controle de tudo o que viria pela frente. Essa é a minha natureza, e foi importante eu me manter fiel a ela porque só assim estaria 100% confiante do meu passo. E acredito que estar tão confiante, foi decisivo para minha adaptação à nova vida. Não sugeriria a ninguém que tomasse a atitude de mudar de país levianamente, sem se preparar para isso, sem se planejar. Mas também não sugiro a ninguém que fique parado esperando o tempo passar.
O segredo é ir agindo aos poucos e quando você se der conta, já estará quase com o pé dentro do avião. Estou dando exemplos de mudanças de país, porque esse é o tema central do Brasileiras pelo Mundo e a questão principal da maioria das pessoas que busca os acervos de textos que temos aqui. Mas a motivação que quero passar com esse artigo, pode ser adaptada a qualquer outro aspecto da vida.
Aproveite o ânimo que nos traz um novo ano, um recomeço, para dar uma roupa nova para seus sonhos que ficaram na gaveta! Transforme-os de uma maneira que eles ainda possam ser realizáveis, utilizando os recursos que você tem. Mas não procrastine, porque o tempo passa muito rápido e logo, logo, já é “ano que vem” outra vez.