Sistema de saúde na Romênia.
A Romênia possui sistema de saúde público e privado, estando o serviço público disponível para cidadãos romenos e estrangeiros, desde que residentes e portadores da Permissão de Residência.
Em termos de organização, o sistema público é regulamentado e fiscalizado pela Casa Naţională de Asigurări de Sănătate (CNAS), uma espécie de fundo nacional de seguro de saúde que tem como função inspecionar o financiamento de toda a estrutura, bem como o funcionamento dos fundos distritais, responsáveis tanto pela arrecadação das contribuições, quanto pelo pagamento de eventuais reembolsos aos assegurados.
Por lei, todo empregador é obrigado a registrar seus empregados no fundo distrital local, localizado em sua área de trabalho, sendo a contribuição devida por ambos, nos seguintes percentuais, calculados sobre o valor pago a título de salário: 5,5% devidos pelo trabalhador e 5,2%, pelo empregador, para cada um de seus empregados. O pagamento da contribuição é a garantia de acesso ao sistema público, estando por ela, também cobertos, os familiares dependentes do empregado.
Além dos dependentes dos contribuintes, os desempregados, os portadores de doenças crônicas e as mulheres em licença maternidade estão isentos do recolhimento, continuando acobertados pelo sistema público.
No caso de autônomos, deve-se efetuar o valor cheio da contribuição, somando-se a cota dos empregados à cota dos empregadores. Tratando-se de pensionistas, arrecada-se 4% do montante de suas pensões.
Imigrantes estrangeiros sem emprego, precisam do documento de Permissão de Residência, caso desejem ter acesso à assistência pública. Para a emissão do documento, entre outros requisitos a serem explicados em um post próximo, é necessário comprovar estar assegurado pelo sistema de saúde de país membro da Uniao Europeia, ou coberto por seguro de saúde privado. Com a Permissão de Residência em mãos, será possível se inscrever em um dos fundos distritais.
A saúde pública romena cobre consultas com médicos de família (também conhecidos como clínicos gerais ou generalistas), tratamentos com médicos especialistas, tratamentos dentários, medicina preventiva, exames prescritos por médicos, acesso a hospitais e a emergências, remédios requeridos por prescrição médica (reembolso de 10 a 80% do valor, dependendo da situação do segurado), cirurgias, pré-natal e parto.
Quem quer utilizar o sistema público de saúde, deve, primeiramente, registrar-se no médico de família de sua escolha, desde que ele seja profissional cadastrado na CNAS. Se o médico não possuir filiação, a consulta será devida normalmente, por se tratar de serviço privado. Feito o registro, a partir da consulta com este Doctorul é que se tem acesso a exames, médicos especialistas e internações, sendo sempre necessário passar por ele, ou por uma emergência situada em hospital público, para dar continuidade a investigações e tratamentos. Caso não esteja satisfeito com o seu médico de família, é possível mudar após três meses da inscrição.
No entanto, tal como no Brasil, onde todos esses profissionais, acessos e serviços também são garantidos pelo SUS, a assistência pode ser bem precária, como explico neste post aqui. Devido aos baixos salários recebidos, os profissionais da saúde pública romena têm o péssimo hábito de pedir um valor “extra” para a execução de serviços já cobertos, uma vez que foram previamente financiados pelo paciente/contribuinte, através de suas contribuições. Esses valores pagos “por fora” são cobrados desde o anestesista, garantindo que assim fará a sua cirurgia, até o enfermeiro, para dar a certeza de que cuidará do paciente, possibilitando a visita dos parentes. Ou seja, pagar pelo que já estaria pago é a realidade diária de quem depende do sistema público de saúde romeno.
Existe, também, a rede privada de acesso à saúde, com hospitais, clinicas e médicos à disposição do paciente, mediante pagamento particular ou assistência saúde assegurada por seguro privado. No caso, existem duas possibilidades: a contratação do serviço de uma seguradora, geralmente internacional, que opere na Romênia, ou a filiação a um dos seguros oferecidos por certas redes de hospitais privados.
No primeiro caso, dependendo do plano e/ou da seguradora, as consultas serão pagas diretamente pelo seguro, aos médicos e hospitais cobertos, ou possuirão maior amplitude, possibilitando a escolha do profissional desejado e posterior reembolso, parcial ou total, da quantia despendida. No segundo, o paciente apenas terá cobertura, pelo plano, para as consultas, exames e internações feitas com os profissionais e as unidades da rede.
Ao contrário do sistema público, no privado não existe a necessidade prévia de passar por um médico generalista, antes de se consultar com um especialista. Basta telefonar e marcar a consulta, mas, prepare-se para esperar algumas semanas até ser atendido. Dificilmente um especialista bem recomendado terá abertura na agenda para recebê-lo imediatamente.
Pessoalmente, sou assegurada a um plano de saúde internacional e uso a rede privada de assistência. Ponto positivo da minha experiência foi ter encontrado generalistas e especialistas competentes, além do fato de ter conseguido agendar exames, em hospitais e laboratórios privados, usando requisições solicitadas e assinadas por meu médico brasileiro, sem ter sido necessário traduzir ou validar, anteriormente, por médico romeno. Ponto negativo, o atendimento nos hospitais. Mesmo na rede privada, sem a cobrança do famoso “extra”, o atendimento deixa muito a desejar. Falta mais humanidade no trato, seja do recepcionista, do médico ou do enfermeiro; mais atenção e interesse por parte dos plantonistas nas emergências; maior cuidado e segurança na realização de exames e divulgação de resultados.
2 Comments
Gostaria de receber informaçao sobre o salario maternidade na Romenia.. por favor entre em contato no email, estou procurando desesperadamente um advogado pra me ajudar rs
Grata
Voce poderia por favor me contactar por email? Estou buscando muito um advogado pra me ajudar com algumas coisas na Romenia