Supermercado na Alemanha.
Fazer compras no mercado, para mim, nunca foi uma tarefa divertida. Sempre bate aquela preguicinha de ir, mas a necessidade fala mais alto e lá vamos nós, pelo menos uma vez por semana. Não sei se com todos que moram fora do Brasil é assim, mas cada vez que volto ao país para visitar levo um susto com o preço dos produtos nos mercados. Acho um pouco assustador, considerando o salário mínimo que temos.
Aqui na Alemanha, considero a alimentação, em geral, acessível. Artigos de uso pessoal ou de limpeza, por exemplo, às vezes são mais baratos do que na Grécia. Há uma diferença pequena entre uma cidade e outra. Normalmente, diria que com 30 euros por semana consegue-se comprar o essencial e, às vezes, até umas coisinhas extras (pensando no valor por pessoa). Aqui em casa somos dois e gastamos, no máximo, 60 euros com compras, incluindo carne e alguns itens um pouco mais caros, como salmão ou camarão, por exemplo.
Conversando com outras meninas aqui do blog que moram em outras cidades da Alemanha, percebi que os valores não variam muito, sempre entre 20 a 40 euros por pessoa, totalizando um gasto mensal de, no máximo, 160 euros por mês com supermercado. Quando eu morava sozinha e cozinhava menos, gastava, às vezes, menos de 100. Acreditem se quiser: é mais econômico comprar comida congelada do que cozinhar. Uma lasanha congelada de boa qualidade, por exemplo, pode custar 2 euros.
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Geralmente, os mercados na Alemanha funcionam de segunda a sábado e costumam fechar às 21h. Mas alguns podem ficar abertos até um pouco mais tarde. Outros abrem aos domingos e, claro, as filas são sempre quilométricas. Por isso, é sempre bom comprar o que precisa durante a semana ou no sábado; afinal, ninguém quer perder horas do precioso domingo em uma fila de supermercado, certo?
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As maiores redes de mercados aqui de Berlim e, acredito, de boa parte da Alemanha são REWE, Aldi, Lidl e Edeka. Não sei muitos detalhes de que rede pertence a qual, mas sei que a rede Lidl tem lojas em diversas partes da Europa, inclusive na Grécia; costuma ter bons preços e ofertas com frequência. Atualmente, faço compras com meu namorado no REWE. É a opção mais perto de casa com preços razoáveis. Ainda assim, a rede oferece variedade e produtos bons. Existem os produtos de marca própria que sempre são mais baratinhos (e de boa qualidade).
Apesar do REWE e Edeka serem mercados com preços mais altos, oferecem melhor organização e limpeza. Não que os outros sejam sujos. Normalmente são menos cuidados. Outra opção muito boa aqui em Berlim – e talvez não tão comum em outras cidades alemãs – são os mercadinhos turcos (árabes, em geral, e asiáticos). As feiras de bairro não vendem apenas vegetais. Às vezes, carnes, queijos e outros produtos. Essas feiras acontecem, frequentemente, aos sábados e, de vez em quando, em um dia na semana; mas cada uma funciona de um jeito diferente.
Para as emergências do tipo “faltou leite no meio da semana”, sempre há mercadinhos de bairro e os famosos “späts” (pronuncia-se spets) em Berlim. São lojinhas, normalmente gerenciadas por turcos, que vendem bebidas em geral e outras coisinhas (desde salgadinhos a comida congelada). Os späts ficam abertos até tarde e é um ponto de parada nas noites de balada. Aliás, alguns deles podem funcionar por 24 horas.
Antes de seguir falando dos preços dos produtos e alimentos nos mercados alemães, vale lembrar de duas lojas que são amadas por todos os residentes ou visitantes do país: a DM e a Rossmann. Essas redes não são exatamente mercados, mas vendem de tudo um pouco, incluindo produtos de uso pessoal, como shampoo, sabonete, perfume, maquiagem a produtos de limpeza e até alguns itens de comida, principalmente produtos orgânicos e naturais. Além de serem uma grande ajuda, os preços das duas redes são excelentes e ambas oferecem linhas próprias de produtos e promoções diariamente.
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Normalmente deixamos os produtos de limpeza e de uso pessoal para comprar em uma delas e sempre faço a festa quando vou; pois, acabo experimentando itens extras. Porém, dificilmente gasto mais de 20 euros quando vou. O valor que mencionei anteriormente de 60 euros semanais que gastamos para duas pessoas inclui, da mesma forma, os gastos na DM (lembrando que nem toda semana precisamos comprar coisas por lá).
Há dois anos nossa ex-colunista Sarah Oliveira publicou um artigo, aqui no blog, sobre mercados na Alemanha, apresentando os preços de alguns produtos. Vou fazer um pouco diferente e mostrar preços comparando duas redes de mercado: a REWE e Netto. A rede Netto, não mencionada antes, é uma rede com menos unidades; porém, foi onde fiz meu primeiro mercado em Berlim e considero equivalente a Lidl e Aldi em termos de preço, qualidade e variedade de produtos.
E aí? O que acham dos preços na Alemanha? Para resumir, com base na minha experiência, viver com um salário mínimo é, sim, possível; e vive-se tranquilamente. Óbvio que ninguém é rico com um salário mínimo ou esbanja dinheiro, mas pagamos as contas e fazemos compras de todas as necessidades, no mercado, sem problemas.