Trânsito em Lima.
Uma das primeiras coisas que chama a atenção quando se chega a Lima, já saindo do aeroporto Jorge Chávez, é o trânsito. Muitos táxis, vans de transporte coletivo (mais conhecidas como “combis”) e muitas, muitas buzinas.
Mas, antes de falar sobre as diversas formas de se locomover pela capital do Peru, preciso alertar aos interessados que o trânsito aqui é bem caótico. Acredite, ter paciência é essencial pra se conduzir e caminhar em Lima. Aqui, os carros não dão seta, não respeitam a preferencial, não respeitam a faixa de pedestre, muitas vezes, nem o sinal de trânsito. Já o pedestre não respeita a ciclovia, isso quando não está olhando para o celular ou distraído com qualquer outra coisa. Quando você estiver dirigindo, ou dentro de um táxi, ou andando de bicicleta e acontecer qualquer um desses (im)previstos, conte até 10, entoe um mantra, respire fundo e ignore. Não vale a pena se estressar e discutir. Sério.
Você verá mais táxis do que carros de passeio, e sabe por quê? Porque o transporte é muito barato. São raras as vezes em que tem catraca/roleta nos ônibus e o próprio motorista faz o trabalho de cobrador. A maioria desses transportes coletivos (vans, combis, ônibus) tem cobradores que recebem o valor da passagem conforme o lugar aonde você vai, pode ser S/.0,50 até S/. 3,00.
Em Lima, você encontra uma infinidade de táxis: novos, velhos, autorizados ou não, sendo importante ressaltar a ausência de taxímetro. Você decide o valor conversando/negociando com o taxista, dependendo do lugar de destino. Escolha sempre táxis que têm a placa com uma faixa amarela onde está escrito “Peru”, e também com o número da placa pintado na porta. Por via das dúvidas, você também pode usar os aplicativos Uber, Taxi beat e Easy Táxi (recomendo).
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Saindo do aeroporto, sempre pegue o táxi autorizado (Green Táxi), dentro do próprio aeroporto.
Para ter uma ideia de valores: do Aeroporto à Miraflores, em média, cobram S/.50.00; de Miraflores ao Centro de Lima, entre S/.15,00 e S/.20,00.
Dica: sempre que o taxista disser o preço tente baixar S/.2,00 pra ele perceber que você sabe negociar.
Em 2014 criaram o SIT-Sistema Integrado de Transporte de Lima, a fim de reduzir as rotas dos transportes atuais e diminuir a quantidade de ônibus nas ruas, tirando de circulação veículos muito antigos e integrando essas linhas a outras duas já existentes: O Metropolitano e o Metro (trem elétrico).
As linhas de ônibus do SIT, que cobram uma taxa fixa de S/.1,50 a S/1,70 nas passagens, são: Corredor Azul (Tacna- Garcilaso de la Vega) – Corredor Rojo (Arequipa, Javier Prado-La Marina) e Corredor Morado ( San Juan de Lurigancho-Abancay-Brasil).
Nesse link, você conhece todas as linhas dos “Corredores”.
O Metropolitano existe desde 2010 e corta Lima de norte (Independencia) a sul (Chorrillos), conecta 17 distritos (bairros) e transporta até 1 milhão de pessoas por dia, considerando que a cidade tem 9 milhões de habitantes. Nessa linha você não negocia o preço com o cobrador, mas precisa de um cartão que pode ser recarregado nas estações do Metropolitano ou em outros pontos autorizados, como farmácias. A tarifa cobrada é única, de S/.2,50.
Conheça aqui todas as linhas.
Em 2014, o Metro Linea 1 (trem elétrico) começou a funcionar, tornando-se o meio de transporte público mais prático, rápido e seguro da cidade. Distâncias que em ônibus comuns se percorre em 2 horas, em trem elétrico diminui para 40 minutos. Você vai em pé, mas é muito mais rápido e os vagões contam com ar-condicionado.
Ele vai de Villa el Salvador (Sul) a San Juan de Lurigancho (Oeste) e passa pelos principais bairros da cidade (Surco, San Borja, Centro de Lima).
A passagem custa S/.1,50, e a confecção do cartão S/.5,00. Conheça aqui as estações do Metro.
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Você também tem a opção de alugar um carro, o que eu particularmente não recomendo caso não tenha experiência com o trânsito local. Deixo os links de três empresas confiáveis de aluguel de carros (Budget e Hertz também tem filiais no aeroporto Jorge Chávez):
Agora, se você é como eu e não tem paciência para o trânsito, outro meio de se locomover, muito mais agradável para você e para o meio ambiente, é de bicicleta. A cidade possui mais de 150 km de ciclovias nos principais bairros (Miraflores, San Isidro, Surco, San Borja por exemplo), e também conta com aluguéis de bicicleta. Em Miraflores, você encontra o pessoal do Mirabici, no Larcomar.
Além de alugar bikes por hora eles também fazem tours em grupos, muito mais divertido!
Em Barranco, no Malecón Paul Harris, também alugam bicicletas nos finais de semana.
Aos domingos, a prefeitura de Lima fecha a Av. Arequipa, umas das principais da cidade, que vai do Centro de Lima à Miraflores, das 8 às 13 horass e ali você também pode alugar bicicletas para adultos e crianças, além de skates e patins.
Abaixo, deixo outros sites para aluguel de bicicletas:
Depois de todas essas dicas: bienvenidos a Lima!
5 Comments
Muito legal o seu texto, Jana! Eu, peruana, sabia muito pouco dessas ciclovias existentes na cidade. Acho que se deve ao fato de não andar de bicicleta em Lima! Quando comprar minha bike, acho que vale muito a pena fazer esses passeios para enxergar de um outro ângulo os bairros limenhos. Adorei o blog!
:**
Obrigada, Cinthya!! Mas antes de sair pelas ruas de Lima com sua bike, vai dando uma treinada perto de casa, tenha paciência, ande tranquila mas atenta. É melhor que estar exprimida no bus, isso de garanto, haha! Beijos :*
Adorei seu texto e concordo plenamente! Só não é pior que Piura, norte do Peru, onde eu realizei trabalho voluntário por 6 semanas. Lá, é muito comum o uso de moto-táxi, tem moto pra todo lado e muita buzina. E vi muito 3 pessoas em uma única moto, somente o motorista de capacete ou ninguém usando capacete. Depois das motos-táxi os mais utilizados são os táxis (carro normal) e ônibus. Em toda a cidade de Piura, só pude ver 3 semáforos, somente nas vias principais.. o restante vira uma pista de corrida desordenada. Os piuranos são profissionais nisso, correm muito e nunca presenciei um acidente, apesar de pensar que iria morrer a qualquer momento no transito, viajando de táxi ou ônibus. As ruas não tem sinalização para pedestre, nas ruas não existe separação das vias, não usam setas e é super normal fazerem ultrapassagem perigosas nas estradas. Mas o transito das cidades difere um pouco das demais cidades, viajei para Cajamarca e Huaraz, que são cidades da serra, o trânsito é melhor, sem moto e a cidade menos barulhenta hahaha
Uma pena não ter conhecido Lima, só fiz por algumas horas no aeroporto de Lima para fazer escala :/
Que bom que gostou, Nayara! Em Lima é uma loucura, mas raras vezes vejo acidente também. Os motoristas não se respeitam, não dão preferencial e acabam ficando os dois parados em cruzamento, por exemplo. Eu passo com minha bicicletinha de lado e só fico rindo, rs… mas onde não há ciclovia eu sofro um bocado também porque ninguém respeita ciclista aqui 🙁
Sobre os moto táxis, em alguns bairros é permitido, também são bem loucos. Fiquei admirada quando vi que os condutores de motos particulares aqui não usam capacete! Parece que não é obrigatório.
Visitei Huaraz, Arequipa e Cusco (cidades serranas), são cidades bem menores, o trânsito não tem comparação e realmente você escuta menos buzinas.
Falta fiscalização nas ruas, por isso o trânsito é assim!
Mas mesmo com esse trânsito louco Lima é uma cidade linda e receptiva. Espero que você possa visitá-la em uma outra oportunidade. Um abraço!
Nossa, você anda de bicicleta nessa loucura?! 😮 Que coragem!!! Não lembro de ter visto bicicleta em Piura, agora você me pegou haha
Pois é, temos que rir e tentar entender como é possível se locomover nesse transito maluco hahaha
O engraçado é que os peruanos são loucos no trânsito, mas ele se entendem e que buzinar faz parte. Diferente do Brasil, que buzinar é considerado falta de respeito e quando acontece rola um bate-boca ou xingamento.
Sim, falta fiscalização nas ruas. Eu visitei Chiclayo também e foi a única cidade com grande movimento que eu vi guarda de transito… mas só nas vias principais e só serviam pra ver se o cara está respeitando o semáforo. Achei mais organizada que as demais cidades, tirando as cidades serranas que o silêncio prevalece hahaha
Que legal!!! Uma pena que eu não pude conhecer Lima, mas quero voltar sim e passar uns dias pra conhecer a cidade.