O príncipe virou sapo? Uma reflexão sobre as relações conturbadas e suas vítimas.
Esse post não é para falar “cuidado” ou dar qualquer outro tipo de alerta sobre relacionamentos online com homens estrangeiros. É para falar sobre nós mulheres e nosso comportamento e responsabilidade com os relacionamentos que decidimos começar e principalmente, os relacionamentos que decidimos manter.
É para falar sobre a escolha que temos sobre nossas vidas e as decisões que fazemos, especialmente nas escolhas de parceiros amorosos, com quem compartilhamos a vida, a cama, as alegrias e desafios da vida.
Sim, existem homens ruins e sem caráter (assim como mulheres), mas eles estão no Brasil, na China, nos Estados Unidos, na África do Sul ou em qualquer parte do mundo. Não é o fato de serem estrangeiros que os fazem melhor ou pior.
Leia também: amor e cobrança nos relacionamentos
Há sim pessoas manipuladoras e mentirosas, no mundo online e offline também, mas se nós mulheres, estivermos atentas e fortes emocionalmente, não buscando e aceitando nada menos do que merecemos, dificilmente deixaremos a situação se agravar ao ponto de termos grandes problemas, como abusos emocionais ou físicos.
Dificuldades no relacionamento com o parceiro ou a família dele pode acontecer com qualquer casal e em qualquer lugar do mundo, mas a situação toma outra dimensão para quem está do outro lado do mundo.
As mulheres estão muito mais vulneráveis, sozinhas, muitas vezes sem falar o idioma e talvez sem recursos financeiros, ou seja, totalmente dependentes, financeira e emocionalmente de seus parceiros. A situação se agrava, e muito, quando se tem filhos.
Os homens demonstram quem são desde sempre. É quando sempre diz que vai ligar mas não liga, são as críticas à sua família e aos seus amigos, as situações em que te trata com falta de respeito, é o excesso de ciúmes, a desconfiança desmedida ou a tentativa de te controlar o tempo todo. São promessas não cumpridas, brigas e decepções constantes.
Eles dão sinais o tempo todo de quem são. Uma ação vale mais que mil palavras. Diz que te ama mas te deixa sempre pra baixo com duras palavras. Diz que te ama mas não fica feliz por suas conquistas ou não te apoia em seus projetos e sonhos de vida.
Lembre-se: as pessoas se revelam o tempo todo. Elas só colocam pra fora o que tem dentro de sI. E se o seu parceiro não tem amor suficiente para te oferecer, ok. Nada de exigir do outro o que ele não tem condições algumas de dar
Muitas pessoas não aprenderam a amar, respeitar ou cuidar. São simplesmente impossibilitados de fazer isso e cabe a nós sabermos o nosso valor e como quermos e merecemos ser tratada. E, ao menor sinal de abuso, partir pra outra.
Existem homens e existem meninos. Muitos crescem só em idade mas são completamente imaturos para relacionamentos de verdade. Não estão disponíveis para uma verdadeira parceria da vida a dois. Mas também existem mulheres e meninas. Empodere-se, se fortaleça emocionalmente e se conectará, se sentirá atraída, somente por homens que te valorizem e não te ofereça migalhas de amor, atenção ou cuidado.
Cabe a nós estarmos atentas, de olhos e ouvidos abertos para observar quem são nossos parceiros. Nada como perguntar a uma pessoa para lhe conhecer melhor “O que você pensa sobre…” “O que você acha que eu poderia fazer quando …” “Você pode me ajudar com…”, “Como você se sentiu quando…” Faça perguntas e observe atentamente a sua reação e respostas.
Leia também: imigrantes e relacionamentos tóxicos
Ou então, “Não me sinto bem quando você faz…” ou “Gostaria que não falasse mais assim…” e veja se ele respeita seus sentimentos.
Ações simples permite conhecermos mais afundo o que se passa na mente e no coração de outra pessoa. Não podemos fazer suposições sobre o que ele pensa, especialmente sendo de outra cultura. Os padrões, crenças e comportamentos são muito diferentes, e é essencial conversar muito além dos assuntos superficiais do dia a dia.
Sejamos frias e menos emocionais na escolha de nossos relacionamentos amorosos, do provável pai de nossos filhos, se os desejamos ter ou já os tivermos. Exceto um sociopata, que mascara muito bem sua identidade, os sapos sempre foram sapos, só demoramos para ver.
A falta de conhecimento e experiência pessoal sobre a cultura e os costumes de um do futuro parceiro traz grandes problemas para as mulheres que se mudam sem nunca ter conhecido o país anteriormente. Mais do que ler e ouvir sobre determinada cultura e país é preciso viver. Especialmente culturas muito diferentes da brasileira.
Você pode acompanhar relatos e ver vídeos de outras pessoas, mas essa sempre será a percepção e opinião de quem fala ou escreve e muitas vezes o que é aceitável para outras pessoas pode não ser para você e vice-versa. O que ela gosta você detesta. O que ela aceita você não aceitaria.
Você precisa ir lá e testar, provar, experimentar, ver como VOCÊ se sente. Muitas mulheres são intensas, se jogam de cabeça nos relacionamentos e apostam tudo, literalmente. Largam tudo para viver um grande amor do outro lado do mundo.
É um risco enorme sair do conforto do seu país, sua casa, amigos, familiares, cultura, idioma, culinária e partir para outro país para casar e viver definitivamente, somente após um relacionamento online.
Mulheres carentes, dependentes emocionalmente são extremamente vulneráveis.
Geralmente tem um histórico amoroso de relacionamentos tumultuados e muitas preferem enganar a si mesmas, apostando em um relacionamento que tem tudo para dar errado. Querem pagar o preço, que muitas vezes custa alto.
Elas são as mais propensas a se me meter em confusão e algumas atravessam o mundo para viverem na pele o que já sabiam: o príncipe era um sapo.
Sabe o tal do empoderamento feminino? Então.
As mulheres que possuem autoconfiança pulam fora muito antes do relacionamento afundar. Por confiarem em sí mesmas e terem grande amor-próprio, não deixam que outras pessoas as menosprezem, as maltratarem ou as agridam verbalmente e ao menor sinal de que isso vá acontecer, partem pra outra e seguem a vida.
Não aceitam nada menos do que acreditam que merecem e não esperam a situação piorar para tomarem uma decisão. Encontram forças para fazer o que precisa ser feito, pois valorizam muito seu bem-estar físico e emocional, sua paz interior.
Precisamos sair da eterna posição de vítimas e nos responsabilizarmos pelas escolhas feitas e pelas escolhas não feitas. Quando não decidimos, isso já é uma decisão! Quando não agimos, não tomamos uma atitude quando deveríamos, isso já é um posicionamento. Se omitir é uma forma de se posicionar.