Quando você é estudante na França, seu visto te dá direito a trabalhar por no máximo 20 horas semanais, o que na ponta do lápis não dá nem um salário mínimo francês.
Pagando aluguel de um quarto estudantil, o bilhete mensal de transporte público, o supermercado e um passeio ou outro pela cidade, não sobra muito dinheiro no final do mês. Então, o que fazer quando você quer aproveitar que está na Europa para poder conhecer um pouco mais do país que te acolheu por alguns meses e países vizinhos? Minha resposta é: viagens low coast, este termo nada mais significa do que viajar com pouco dinheiro, trocar um hotel por um albergue, trocar o avião por um ônibus.
Cheguei na França e já aprendi rápido como economizar para poder passear bastante, afinal eu achava que ficaria aqui somente por um ano. Fazer menos compras, não comer na rua o tempo todo e fazer passeios gratuitos entraram na minha lista de afazeres obrigatórios se eu quisesse viajar.
Aqui vão algumas dicas valiosas que se seguidas à risca, garanto que você conseguirá viajar bastante dentro e fora da França:
Hospedagem:
- Hotel – Caro, muito caro. Mas e albergues? Se você está viajando sozinho e se hospeda em um albergue dividindo quarto com várias pessoas, é certeza que fará amizades e o preço cairá consideravelmente se comparado a um hotel.
- AirBnb – Eu particularmente adoro o AirBnb, um site onde você se cadastra e escolhe alugar desde um quarto na casa de uma pessoa até mesmo um apartamento inteiro. O valor é interessante, pois se você alugar com mais 3 amigos, sai muito mais barato do que pagar por um hotel, além de poderem ficar em um ambiente somente para vocês. Isso não aconteceria num albergue dividindo quarto com várias pessoas e pagando praticamente a mesma coisa. Visite: www.airbnb.com
- Couchsurfing – é um site com uma dinâmica muito legal: você cria seu perfil e oferece seu sofá gratuitamente para turistas. Claro que há uma série de regras, mas no geral tenho muitos amigos que são adeptos à essa moda e olha, adoram! Você entra no site, faz seu perfil e procura um sofá pelo mundo. Visite: www.couchsurfing.com
- Nessas horas podemos ser também “cara de pau” e falar com aquele nosso amigo que mora na cidade se podemos nos hospedar em sua residência, é uma forma de rever amigos e poupar dinheiro.
Alimentação e turismo:
Se programar e fazer uma lista de pontos turísticos gratuitos na cidade ajuda bastante, como também se organizar para ver onde vai comer e se você poderá fazer as refeições onde estará hospedado. Veja quais as opções de transporte público do local, há cidades grandes que oferecem bilhetes diários, o que sempre sairá mais barato do que comprar o bilhete unitário. Dependendo da época, por que não alugar uma bicicleta e sair conhecendo o lugar?
Transporte:
Uma coisa que aprendi é que organização é a palavra chave para uma viagem de baixo custo. Aqui vão dicas:
- Avião – Várias companhias aéreas têm suas empresas de low cost (baixo custo), a Air France tem a Hop!, por exemplo. Outras empresas aéreas que os europeus usam muito são a Easyjet, Vueling e Ryanair, mas atenção, pois viajar com essas companhias tem seus poréns; o preço é baixíssimo mas tudo é pago. Há valores extras como bagagem despachada e alimentação, e ainda os horários dos vôos são um pouco complicados, além de haver poucas saídas diárias. Quanto mais cedo você decidir a data de sua viagem e comprar a passagem de avião, mais barato você pagará por ela.
- Trem – Trens na França são a opção mais cara, eu diria. Se você for menor de 26 anos, ainda tem direito a carteirinha de jóvem e paga metade do valor, mas mesmo assim sai caro dependendo da cidade escolhida. Desde o ano passado a França tem uma low cost de trem que se chama Ouigo, uma pena que por ser nova ainda tenha poucas cidades incluídas nas linhas. Visite: www.ouigo.fr
- Ônibus – Um transporte que aprendi a usar bastante aqui na França é o ônibus, ele é o mais barato sempre! Se você tem tempo para viajar pela estrada vale muito a pena e as opções são várias: Megabus, Eurolines, Ouibus, Flixbus, Isilines entre outros. Os trajetos são longos, mas ao seu favor temos a opção de muitas cidades que não têm aeroportos.
Vamos comparar?
Mês passado passei um final de semana em uma cidade no sul da França chamada Montpellier com uma amiga. Ficamos hospedadas em um apartamento do Airbnb e fomos de ônibus, saindo daqui de Lyon.
- passagem de ônibus ida e volta para mim e minha amiga com taxas: 5 euros (sim… 2,50 euros para cada pessoa, ida e volta com taxas);
- apartamento pequeno no Airbnb com taxas e café da manhã inclusos: 32 euros (16 euros para cada);
- gastos com alimentação: 25 euros para cada (almoço feito em casa para comer no ônibus, jantar em uma pizzaria, lanche francês pro almoço);
- gastos com transporte público e turismo: nada, a cidade é pequena e tudo é feito a pé e todos pontos turísticos gratuitos, pois é muita natureza.
Valor total por pessoa: 43,50 euros.
Agora com hotel, trem e restaurante para todas as refeições para o mesmo final de semana:
- hotel 1 estrela mais barato da cidade sem café da manhã: 49 euros (29,50 euros para cada);
- trem tarifa adulta ida e volta por pessoa: 40 euros;
- almoço no trem, jantar em restaurante, café da manhã do hotel, almoço em restaurante: 50euros para cada.
Valor total por pessoa: 119,50 euros.
A diferença final pesa, não pesa? Menos da metade gasto pelo simples fato de se pesquisar e escolher opções mais baratas.
Que tal levar em conta as dicas acima para poder conhecer mais países gastando menos?
4 Comments
merci beaucoup…Amo Paris e, sou fotografa e quero fazer um portfolio ai em brave!!
Excelentes dicas. Outra dica é, ficando em Paris mais de uma semana, fazer o Navigo Découverte e carregar aí o passe semanal: para além de sair bastante mais barato, aos fins-de-semana pode viajar para qualquer zona sem pagar mais por isso.
Excelente artigo, Jéssica!
Ótimo post, muito bem bolado, mandaram muito bem!
Adorei suas dicas Jéssica…Muito obrigada