Conheça três brasileiras empresárias na Suécia.
Abrir o próprio negócio não é uma das tarefas mais fáceis na Suécia, principalmente se você for estrangeira. Você vai esbarrar nas dificuldades que o governo sueco impõe, como altas taxas de impostos e a concorrência grande de mercado. Mas, como toda regra tem sua exceção, hoje vou contar a história de 3 brasileiras que chegaram na Suécia, por motivos diferentes, mas carregavam em si o mesmo sonho: o de abrir o próprio negócio.
Elas batalharam para isso e hoje são empresárias bem-sucedidas em terras vikings.
Conheça então a história de três paulistas, exemplos de que mulheres estrangeiras podem sim sonhar e alcançar sucesso profissional longe do Brasil.
A maioria dos brasileiros, e principalmente os residentes em Estocolmo, já encomendou a famosa e gostosa comidinha brasileira com a Daniela Capato. Daniela, que hoje tem 38 anos é chef de cozinha em Estocolmo, é a fundadora da Dona Doceira, empresa especializada em catering e organização de eventos brasileiros em Estocolmo. Daniela, que em São Paulo tinha sua carreira de advogada consolidada, se mudou para a Suécia há 6 anos atrás junto com seus dois filhos para acompanhar o marido que é funcionário de uma empresa sueca e na época foi transferido para cá. Na mala Daniela trazia muitos sonhos, mas também algumas incertezas, uma delas na área profissional.
Com um ano de Suécia Daniela decidiu arriscar e se dedicar ao que sempre amou fazer na vida: cozinhar. Daniela conta que tudo começou sem muita pretensão. “Falei para os amigos próximos que começaria a fazer coxinha para vender e um mês depois já tinha encomendas quase que diárias”, conta ela. Daniela logo se deu conta que com o volume de encomendas ela precisava abrir uma empresa. Assim surgiu a Dona Doceira.
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Como o processo para a abertura de uma empresa aqui na Suécia é fácil e efetivo (tudo é feito online) em menos de uma semana Daniela já podia trabalhar como pessoa jurídica, sem maiores burocracias.
Mas como tudo na vida requer esforço e dedicação, Daniela teve que trabalhar duro para conseguir consolidar seu sonho. Ela conta que esbarrou em algumas dificuldades. “Imigrar nunca é fácil. É um desafio novo a cada dia. Idioma, o clima, a solidão, especialmente no inverno sueco. O medo do desconhecido. A incerteza do recomeço. Abandonei uma carreira consolidada como advogada para me mudar. Várias vezes pensei “O que eu fiz???”, mas sabia que voltar atrás não era uma escolha”. Para Daniela o maior desafio de todos foi conquistar o público sueco. Depois de 5 anos ela pode comemorar, já que 50% da clientela da Dona Doceira é justamente sueca. Daniela se orgulha de sua empresa já ter cozinhado para embaixadores e participado de eventos dentro do Palácio Real.
Outra brasileira que realizou seu sonho em terras vikings foi a paulista Roberta Perez. Roberta se mudou com a família para o norte da Suécia em 2006. Ela conta que o primeiro ano por aqui foi bem difícil. Com dificuldades de aprender o idioma (Roberta tinha uma bebê de colo quando chegou aqui), Roberta demorou para aprender o sueco e com isso se sentir uma parte da sociedade. Roberta já trabalhava no ramo de turismo no Brasil e até se mudar com a família para cá administrava sua uma agência de viagens e eventos internacionais localizada em São Paulo. Como dominava o inglês Roberta resolveu continuar no ramo de turismo desde que chegou aqui.
Naquela época Roberta nunca imaginou que morar na Lapônia a ajudaria, e muito, em sua carreira. “Me especializei no turismo da Lapônia, sempre tentando entender o que o brasileiro gostaria de ver na região. É claro que a Aurora Boreal com certeza é a cereja do bolo, mas não basta circular e esperar as luzes começarem a dançar no céu, diz Roberta. Por isso ela foi a fundo para compreender o fenômeno, suas causas, melhores localidades para se ver e fazer, etc.
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Em 2010, Roberta foi indicada para trabalhar com uma grande operadora dinamarquesa. Por eles, ela viajou por quase toda a Escandinávia, o que a ajudou a se tornar uma das guias principais especializada na área. Em 2011, depois de ser contratada para organizar toda a logística de um congresso na Suécia, ela percebeu que estava na hora de abrir seu próprio negócio. A partir daí tudo aconteceu muito rápido. Em 2014, Roberta se mudou para Estocolmo e abriu sua empresa, a NOW Nordicways. Hoje, a Now Nordicways é uma empresa estabelecida com equipe de brasileiros que atende os tours nas capitais, roteiros pela Escandinávia e diversos eventos corporativos.
Para Roberta, abrir um negócio sendo imigrante não é fácil, já que o mercado nórdico é fechado, complicado demais para conseguir um trabalho qualificado. “Lutei muito para conquistar o meu espaço. Nunca tive uma chance de um emprego, mas sou empreendedora e o desafio alimenta a minha alma! Hoje a Nordic Ways possui uma equipe de 7 profissionais extremamente engajados com o seu trabalho no nosso escritório e ainda mais uma equipe de colaboradores de campo com mais de 20 profissionais. Tenho que me sentir muito orgulhosa, não acha?”, finaliza ela.
Andrea Sucasas se mudou para a Suécia em 1992. Casada com um sueco, ele decidiu retornar à Suécia depois de um período no Brasil e Andréa arrumou as malas para acompanhar o marido. Na bagagem ela trazia o sonho de abrir uma agência de viagens especializada em turismo para suecos que quisessem conhecer o Brasil. Mas depois deu um período por aqui os planos de Andrea mudaram. Ela se divorciou e começou uma vida nova.
Nesta época ela já havia aprendido não só o sueco, mas também entendido que os brasileiros e suecos não falam o mesmo idioma quando o assunto é ter o próprio negócio. “Eu aprendi o sueco muito rápido, e foi quando comecei a perceber que brasileiros e suecos tem visões diferentes quando o assunto é business”, explica ela.
Para entender mais sobre a mentalidade sueca no que se refere a negócios, Andrea empacotou seu sonho de se tornar empresária e decidiu que começaria como funcionária. Só assim ela aprenderia tudo que necessitava para alcançar o sonho de ter seu próprio negócio. Durante o período que foi funcionária em diversas empresas suecas, ela começou a perceber que o sueco não dava muito importância a sua alimentação quando estava trabalhando.
Em uma de suas viagens de férias à Flórida ela encontrou açaí por lá. E daí surgiu a idéia, ou seja, trazer o açaí para a Suécia. Parece loucura, mas não foi. Tudo bem que o processo não foi fácil, já que o açaí perde o seu valor nutritivo depois de 24 horas. Mas Andrea achou a solução certa para o problema e começou a importar o açaí para a Suécia. Com a ajuda dos filhos a idéia foi crescendo e o resultado deste sonho é a Macacos, nome que Andrea batizou a sua empresa. Hoje, a Macacos tem seu nome consolidado no mercado sueco, sem falar entre os brasileiros, que fazem filas enormes em eventos organizados ao redor da Suécia para poder provar o açaí da Macacos.
Ficou interessada em abrir sua empresa na Suécia? No próximo mês vou dar mais dicas para você.
4 Comments
Faltou a minha ´´ historia rapadura`´ doce, mas nada mole rsss!! Tambem sou do Turismo, ou melhor da Hotelaria.. e um dia, sonhos q sonhei, se tornaram realidade …. mas é uma looonga historia ! Parabens á todas 🙂
oi Marcele, obrigada pelo seu comentário. que bom que seu sonho tambem se tornou realidade. e sempre bom saber que mesmo sendo maes, mulheres e estrangeiras podemos conquistar nosso lugar ao sol.. um abraco
ola sou potuguesa, e pretendo mudar tbm para sweden , gostaria de alguns contactos para poder estabelecer me antes de empreender meu negocio .aguardo mais informações. grata
Olá Marina,
Infelizmente a colunista não colabora mais com o BPM e, por enquanto, ainda não temos outra colunista no país.
Obrigada pelo seu comentário e continue nos acompanhando.
Equipe do BPM